Direitos Já instala Conselho Político e prepara atos contra Bolsonaro
Movimento reúne um amplo leque partidário em defesa da democracia e dos direitos sociais e realizará um primeiro ato em São Luiz (MA) para defender a educação.
Publicado 11/02/2020 17:08 | Editado 12/02/2020 12:29
Criado com o objetivo de ser uma frente suprapartidária de oposição ao governo Jair Bolsonaro, o movimento Direitos Já! Fórum da Democracia instalou nesta segunda-feira (11), seu Conselho Político com representantes de 14 partidos políticos. Na ocasião foi feita uma análise da atual conjuntura política e as convergências e ações para garantia da democracia e dos direitos fundamentais.
A defesa da democracia é o fator de maior unidade entre os integrantes do movimento. Para os participantes da reunião, mesmo que o ambiente democrático prevaleça na atual conjuntura, não está descartada uma viragem autoritária patrocinada pelo próprio Bolsonaro, ainda mais se o presidente conseguir se reeleger em 2022.
A articulação frentista decidiu promover atos de protesto contra ações do governo que atentem contra a democracia e os direitos fundamentais. O primeiro evento será em São Luís, no Maranhão, no dia 30 de março, véspera do aniversário do golpe militar de 1964. O ato terá como tema educação e o principal alvo será a conduta desastrada do ministro Abraham Weintraub que tem provocado danos irreparáveis. O evento conta com o apoio do Flávio Dino (PCdoB), que tem se destacado na defesa da formação de uma ampla frente para se contrapor ao governo Bolsonaro .“O ato é em defesa da educação. É inaceitável que a condução da área fique nas mãos de um ministro da ideologia”, disse Fernando Guimarães, um dos coordenadores do movimento e que conduziu a reunião.
Presente à reunião, o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, defendeu o esforço de convergência democrática e saudou a constituição do Conselho Político. A pedido do governador Flávio Dino convidou a todos para que a próxima reunião seja realizada em São Luis, no Palácio dos Leões, sede do governo estadual, na mesma data do Ato convocado pelo Movimento Direitos Já.
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Estiveram presentes lideranças de 14 partidos: além do vice-presidente Nacional Walter Sorrentino, o PCdoB também foi representado pelo Secretário Estadual de Relações Institucionais da direção estadual, Rodrigo Carvalho (SP); o vereador Eduardo Suplicy (SP), e o ex-vereador Nabil Bonduk (SP), do PT; o presidente municipal Antonio Neto (SP) e o membro da executiva municipal Ricardo Pisani (SP), do PDT; o presidente municipal e vereador do PSB, Eliseu Gabriel (SP); o presidente municipal Carlos Fernandes (SP) e a vereadora Soninha Francine (SP), do Cidadania; o presidente nacional José Luiz Penna (SP) e o ex-presidenciável Eduardo Jorge (SP), do PV; o porta-voz nacional Pedro Ivo (DF) e a porta-voz municipal Duda Alcântara (SP), da Rede Sustentabilidade; o ex-deputado estadual Ramalho da Construção (SP), do Solidariedade; o senador suplente José Aníbal (SP) e o ex-ministro Clóvis Carvalho (SP), ambos do PSDB; o senador Armando Monteiro (PE), do PTB; o deputado federal Raul Henry (PE), do MDB; o diretor nacional da Fundação Podemos, Ricardo Calciolari (SP); o membro da executiva nacional do PSD, Ricardo Patah (SP); o deputado federal Vinícius Poit (SP) e a suplente de deputada estadual Mônica Rosenberg (SP), ambos do Novo. O encontro contou também com a participação do ex-governador Paulo Hartung (ES), sem partido.
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Na reunião de lançamento do movimento, em maio do ano passado, estiveram presentes cerca de 40 lideranças políticas, incluindo o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro da Justiça José Gregori (PSDB), o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). A ex-prefeita e ex-ministro Marta Suplicy (sem partido) aderiu mais tarde ao grupo para, segundo ela, ajudar a formar uma frente ampla de centro-esquerda.
Da redação, com informações do Estadão e da assessoria de imprensa do Direitos Já.
Matéria atualizada às 19:12 para inserir mais informações
Qualquer pessoa que tenha sido educada pela História em geral, e pela história da elaboração tática dos partidos comunistas na luta contra situações similares às do fascismo, em particular, reconhece a importância e a eficiência, comprovadas pela prática política concreta registrada pelas duas “histórias”, da Frente Ampla e Democrática. Reconhecerá também as semelhanças impressionantes entre os argumentos dos que, no passado, dificultaram a constituição dessa Frente – levando a consequências desastrosas como a consolidação do nazismo na Alemanha e, por conseguinte, à Segunda Guerra Mundial – e os argumentos dos que se opõem à essa Frente Ampla no presente em nosso país. Em minha opinião, a incongruência dessa última posição se deve ao estabelecimento de uma falsa contradição entre a Frente Ampla e a Frente Popular de Esquerda, como se fossem mutuamente excludentes (se A, então não B). A Frente Ampla não implica a neutralização da atuação unitária das chamadas forças de esquerda , constituindo, portanto, uma Frente de Esquerda, cuja capacidade de intervenção no movimento de massas ditará dialeticamente o destino da própria Frente Ampla. A Frente Ampla, por ser um instrumento de luta contra o fascismo, visa assegurar as condições de liberdades democráticas que, por sua vez, representam melhores condições para o desenvolvimento da atuação e do sucesso da Frente de Esquerda. A dificuldade em entender os meus argumentos que conheci inúmeras vezes, se deve, talvez, à minha incapacidade de argumentar e conceber algo racional, politicamente consequente; porém, provavelmente porque sou arrogante, acredito que se deva à dificuldade que os indivíduos que (apesar de serem apenas reformistas, acreditam que são parte de uma esquerda genuína, impoluta e pura) têm de perceber que existem dois tipos de luta: uma, a institucional, regrada e condicionada pelo caráter de classe da democracia burguesa (para mim, embora entenda que devemos participar ativamente dessa luta, ela é secundária, pouco produtiva para efeito de transformações estruturais em nossa sociedade); outra, não institucional, representada pelo somatório de todas as lutas que se travam todos os dias em defesa de direitos políticos, econômicos e sociais dos trabalhadores e do povo (para mim, essa é a luta central, pois mobiliza, conscientiza e organiza permanentemente os trabalhadores e o povo, chamando-os a ser os protagonistas de uma revolução social). Grosso modo, à luta institucional corresponde a Frente Ampla e Democrática, e, à luta não institucional, corresponde a Frente de Esquerda ou, melhor, a Frente Popular. Como se vê, porque sou uma topeira, pronta a conceber coisas sem nexo, defendo, ao mesmo tempo, as duas posições que se disputam no debate que se trava por aí.
Tomara que ísto venha acontecer. Este mau não pode continuar destruindo o nosso país. Família Bolsonaro tem que ser eliminada.