Plano dos Estados Unidos para a Palestina é um queijo suíço, diz Abbas
O presidente da Autoridade Palestina disse no Conselho de Segurança que volta a rejeitar “acordo do século” norte-americano. Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, diz que plano viola os “parâmetros internacionais” e que a UE está pronta para desbloquear o processo de paz.
Publicado 12/02/2020 19:49 | Editado 12/02/2020 20:15
Mahmoud Abbas afirmou na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que o chamado “acordo do século” apresentado pelos Estados Unidos é um presente para Israel, ao transformar o território palestino num “queijo suíço” fragmentado. A União Europeia também recusou partes do plano e diz querer “abrir as negociações”.
“É este o Estado que nos vão dar”, disse Abbas, com um mapa da proposta nas mãos. “É realmente como um queijo suíço. Quem entre vós aceitaria um Estado semelhante, em condições semelhantes?”
O plano apresentado permite a Israel anexar largas partes da Cisjordânia, incluindo todo o vale do Jordão, e ter soberania sobre os colonatos aí construídos, mesmo os ilegais à luz da resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, que exige a Israel a retirada dos territórios ocupados após 1967 e o regresso dos refugiados.
Parcialidade americana
Em troca, os palestinos teriam um Estado próprio disperso entre a Faixa de Gaza, partes da Cisjordânia e alguns bairros na periferia de Jerusalém Oriental, onde estará a sua capital.
Os territórios estariam ligados por estradas, pontes e túneis, com Israel controlando as fronteiras e espaço aéreo do novo Estado. E o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, teria de se desarmar e os palestinos que fugiram ou foram expulsos das suas casas.
Estados Unidos e Israel negociaram o plano à revelia dos palestinos e o chefe da Autoridade Palestiniana voltou a frisar mais uma vez a parcialidade americana na mediação das negociações sobre o futuro da Palestina. “Os Estados Unidos não podem ser o único mediador”, sublinhou Abbas.
Com informações da Euronews e do jornal Público