Drauzio Varella: “Sou médico, não juiz”

O gesto solidário do respeitado médico brasileiro de abraçar uma detenta trans foi alvo de ataques de um parlamentar bolsonarista.

Médico rebateu ataque de parlamentar bolsonarista l Foto: Divulgação

Em resposta à distorção do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) de que a detenta trans Suzy foi condenada pelo homicídio de uma criança de nove anos de idade, portanto não poderia ser abraçada, médico Drauzio Varella divulgou uma nota em suas redes sociais na qual afirma “ser médico e não juiz”. O médico abraçou a detenta trans durante uma reportagem veiculada no domingo (1o) pelo programa Fantástico, da TV Globo. O gesto de Varella, que há décadas atua como voluntário em penitenciárias, gerou grande emoção nas redes sociais por conta de sua abordagem sensível do tema.

 A Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo informou que após a entrevista, Suzy, que não recebe visitas na prisão há oito anos, recebeu 234 cartas e presentes em cinco dias, 

“Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico”, lê-se na nota de Drauzio Varella.

“No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada (1º/3), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz”.

Da redação, com informações do UOL

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