Manuela: Combate ao coronavírus uniu a esquerda contra o bolsonarismo

Além de Manuela, debate do UOL reuniu também Haddad (PT), Molon (PSB) e Boulos (PSOL)

Em debate por videoconferência promovido pelo portal UOL, a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) avaliou que os partidos do campo de centro-esquerda alcançaram unidade na discussão sobre o enfrentamento ao coronavírus. Embora haja divergências sobre as alternativas ao governo Jair Bolsonaro, os pontos em comum no combate à pandemia da Covid-19 aproximaram esses partidos na construção de saídas à crise.

“Existe esse elemento da busca da esperança. É uma situação nova”, diz Manuela, que concorreu a vice-presidenta nas eleições 2018 e é pré-candidata a prefeita de Porto Alegre (RS). Segundo ela, Bolsonaro deveria seguir “os grandes líderes” e admitir que o “inimigo externo” – a pandemia do novo coronavírus – não é “inventado”, nem “imaginário”. Hoje, de forma “imoral”, o presidente e seus apoiadores “perpetuam a lógica da disputa ideológica” de 2018 e mantêm uma postura de irresponsabilidade.

Além de Manuela, o debate do UOL, mediado pelo jornalista Leonardo Sakamoto, reuniu também Fernando Haddad (PT), Alessandro Molon (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL). Todos eles, com exceção de Molon, assinaram em março o manifesto “O Brasil não pode ser destruído por Bolsonaro”, que defende um “Plano de Emergência Nacional” para o País.

“É a construção de uma ampla unidade para que o Brasil enfrente a crise do coronavírus. O centro é a garantia de condições econômicas para que as pessoas possam fazer isolamento social – a ideia de políticas de proteção”, sintetizou Manuela. O documento defende medidas como a renda básica emergencial – e “sua rápida liberação” –, a taxação das grandes fortunas, mais crédito às micro e pequenas empresas, bem como a suspensão temporária da cobrança das tarifas de água e de luz.

A ex-deputada reforçou a diretriz da comunidade científica de que é preciso ampliar o isolamento das pessoas. “Mas precisamos garantir condições para que as pessoas permaneçam em casa. Nós precisamos salvar a vida dos brasileiros com política econômica para isso”, afirmou Manuela.

O presidente da República, no entanto, “tem uma agenda oposta” – o que ajudou a unir ainda mais os partidos de esquerda e centro-esquerda “na interpretação de que Bolsonaro não é capaz de dirigir o País”. Para Manuela, a resposta à crise ainda realçou o papel dos governadores e do Congresso Nacional, com o apoio dos movimentos sociais, na definição de propostas de proteção e auxílio às pessoas.

Na opinião da política do PCdoB, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pode ser impelido a adiar as eleições municipais de outubro “em um mês, dois meses”. Mas Manuela é contrária à prorrogação do mandato dos atuais prefeitos e vereadores. “O mais importante, agora, é salvar a vida do povo brasileiro”, diz ela. Passada a crise, “independentemente do debate sobre eleição, o “novo normal” deverá ter como base “mais participação das pessoas” nas grandes decisões. “O pós-coronavírus não pode ser menos democracia. Tem de ser mais.”

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Um comentario para "Manuela: Combate ao coronavírus uniu a esquerda contra o bolsonarismo"

  1. Carla disse:

    Amei o post! Faz mais assim rsrs. Compartilhei com minha amiga Flávia e ela amou também 🙂

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