Educação pública de qualidade para sermos protagonistas da nossa própria história

Celebramos o Dia Mundial da Educação em meio a um cenário atípico, com crianças e jovens afastados da rotina escolar

Paulo Freire

Nesta terça-feira (28) celebramos o Dia Mundial da Educação em meio a um cenário atípico, com crianças e jovens afastados da rotina escolar.

Relembro um pouquinho o peso e as últimas conquistas na área.

Precisamos comemorar a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu, finalmente, a inconstitucionalidade da proibição de debates e circulação de materiais sobre gênero e sexualidade nas escolas, enterrando a famigerada “ideologia de gênero”. O assunto surgiu em Nova Gama, Goiás.

O STF entendeu, portanto, que a lei municipal vai de encontro a direitos constitucionais como a igualdade, acesso à educação e permitiria poderes de censura.

Os educadores entendem a necessidade de abordar e debater as questão no âmbito escolar apoiados na sociologia, na cultura, enquanto o “outro lado” buscava conduzir o tema para um caminho falacioso, pejorativo.

Lembro ainda que essa foi uma das bandeiras sempre levantadas pelo inominável presidente em exercício e por diversos parlamentares de base. Vitória contra o fundamentalismo!

No caso do Maranhão, vale ressaltar o grande trabalho realizado sob a batuta do Secretário Felipe Camarão para garantir ensino digno em cada rincão do Estado. Temos a primeira escola bilíngue, núcleos de educação integral, Centros Educa Mais, mais de mil escolas construídas ou reformadas e tantas outras iniciativas.

Reunindo esforços de gestores, professores e estudantes, temos faíscas de esperança durante a pandemia, por meio da Rede Pública Integral conectada, onde os alunos tem acesso à milhares de conteúdos e podem se manter ativos até a volta à “normalidade”.

Tem sido muito bonito acompanhar os feitos da pasta.

Em São Luís, nossa capital, o esforço para minimizar os efeitos do distanciamento escolar tem sido no sentido de possibilitar segurança alimentar para as famílias que dependem quase que exclusivamente da merenda escolar. Kits alimentação com itens base estão sendo distribuídos em cada unidade escolar a mais de 86 mil alunos. Um reforço à mesa de cada uma dessas famílias.

Fui aluna da rede pública e coleciono cada experiência, cada sonho, cada conquista até alcançar o caminho para a Universidade pública. O incentivo veio por meio de cada professor, de cada “balbúrdia”, de cada protesto por melhorias nas condições da rede de ensino que participei.

Recordo um dos momentos de aglomeração estudantil, quando durante o #15M pude fazer coro contra o contingenciamento anunciado pelo Governo Federal. Que dia, camaradas!

Assumimos como atores principais a luta e pleiteamos nas ruas de forma democrática o direito à educação de qualidade, à bolsas para pesquisa científica, à infraestrutura, à condições para a inovação. A força estudantil, mais uma vez, agigantou-se contra o obscurantismo que teima em pairar sobre nosso país.

Para o Brasil que teve Paulo Freire como pedadogo emérito, desejo libertação e inquietude para que o voltemos a ser “sujeitos de nossa própria história”.

*Ex-coordenadora do DCE da UFMA, Josy Gomes é líder do RAPS Brasil e militante do PCdoB.

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