Áudio da mulher de Queiroz associa Wassef ao codinome ‘Anjo’

Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro até junho, tem negado reiteradamente que seja o “Anjo”, apontado pelo MP-RJ como a pessoa que articulava para manter Queiroz escondido.

Frederick Wassef abrigou Queiroz em sua casa - Foto: Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) obteve áudio da mulher de Fabrício Queiroz, Márcia de Oliveira Aguiar, no qual ela faz associação direta entre o codinome “Anjo” e o advogado Frederick Wassef. O advogado, que trabalhava para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) até o mês passado, é dono da casa onde foi preso Queiroz, ex-assessor apontado como operador de suposto esquema de “rachadinhas” no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do RJ).

Os promotores já apontavam Wassef como sendo o “Anjo” identificado em mensagens trocadas por familiares de Queiroz e outros investigados nesse caso. O apelido se tornou o nome da operação que culminou na prisão de Queiroz (hoje em prisão domiciliar), em 18 de junho. Para o juiz Flávio Itabaiana, que autorizou a prisão do ex-assessor, havia “evidências de uma complexa rotina de ocultação do paradeiro do referido investigado, [Queiroz] articulado por uma pessoa com notório poder de mando, sob o codinome ‘Anjo’”.

“Parte da rotina de ocultação do paradeiro de Fabrício Queiroz envolvia restrições em sua movimentação e em suas comunicações, sendo monitorado por uma terceira pessoa, que se reportava a um superior hierárquico referido como ‘Anjo’“, relatou o magistrado em outro trecho da investigação.

Frederick Wassef tem negado reiteradamente que seja o “Anjo” citado nessas mensagens. “Nunca na vida eu tive imagem ou apelido de anjo. Esse tal de anjo, se é que existe, não sou eu“, disse o advogado à TV Globo em 20 de junho. Mas mensagens enviadas em 1º de novembro de 2019 pela mulher de Queiroz dão a entender que o apelido pertence a alguém também chamado de “Fred”. O teor das mensagens foi revelado pelo jornal O Globo.

Márcia Aguiar mandou mensagem de voz para o advogado Luiz Gustavo Botto Maia, que também trabalhava para Flávio Bolsonaro, às 13h55 daquele dia. Enviou também uma foto de Queiroz dormindo. Ela disse, segundo O Globo:

Ele [Queiroz] e Felipe foram levar a Ana [Flávia Rigamonti, advogada que trabalhava com Wassef] em São Paulo porque o ‘Anjo’ queria falar com ela. Aí ele disse que deixou a Ana lá na casa do Fred e quando estava indo embora, falou: ‘Felipe, vamo para o Rio? Vieram para o Rio sem mochila, sem nada. E chegou hoje de manhã aqui, mas pediu para não falar com ninguém não que ele tá aqui“.

Ana Flávia Rigamonti concedeu entrevista à TV Globo no mês passado. Na ocasião, disse desconhecer o apelido “Anjo” e contou que se referia a Frederick Wassef como “Doutor Fred”. Ela também negou que tenha ajudado a “monitorar” as movimentações de Queiroz enquanto ele esteve na casa do advogado em Atiabaia (SP). “Eu não recebi (…) nenhuma orientação a respeito de… Como se eu estivesse trabalhando, como se eu fosse uma vigia dele. Essa não era minha função ali, não“, assegurou.

Com informações do Poder360 e O Globo

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