Os 95 anos do Partido Comunista de Cuba e a continuidade da Revolução

Organização criada em agosto de 1925 foi o elo entre o pensamento patriótico do século 19 e as ideias posteriores

Os dias 16 e 17 de agosto de 1925 marcariam Cuba para sempre. Um grupo de homens valiosos fundava o primeiro Partido Comunista, o elo indispensável entre o pensamento patriótico do século 19, fundamentalmente o de José Martí, e as ideias de emancipação social que marcaram as etapas posteriores. Sabiam o valor da continuidade.

Em sua fundação, muito tiveram que ver dois cubanos excepcionais: Carlos Baliño e Julio Antonio Mella. O primeiro, integrante de uma geração de patriotas que tinha ido aos campos, para lutar contra o colonialismo espanhol e amigo incondicional de José Martí, com quem havia fundado o Partido Revolucionário Cubano, valioso antecessor da nova organização que então nascia. Já o jovem Mella, com seus escassos 22 anos, representava o melhor da geração que daria continuidade às lutas de Carlos Manuel de Céspedes, Ignacio Agramonte, Máximo Gómez, Antonio Maceo e José Martí.

A missão principal daqueles homens clarividentes ao criar o Partido e incorporá-lo à 3ª Internacional, fundada por Vladimir I. Lênin, em 1919, foi propor-se a desenvolver um programa de reivindicações para os operários e camponeses; trabalhar ativamente nos sindicatos, organizar os camponeses e lutar pelos direitos da mulher e a juventude.

Corriam, então, tempos difíceis – e os revolucionários cubanos deviam, diariamente, enfrentar os desmandos do tirano Gerardo Machado. Sobre a organização recém-fundada foi desatada a mais cruel repressão. O primeiro secretário-geral eleito, José Miguel Pérez, foi expulso do país, enquanto outros militantes, como Mella, foram submetidos a processos judiciais por crimes que nunca cometeram.

Mas a jovem organização continuou com coragem, sob a condução de homens da categoria de Rubén Martínez Villena e outros líderes. Em meio às circunstâncias históricas da luta antifascista e à criação das Frentes Populares e Anti-Imperialistas, o partido – que então tinha o nome de União Revolucionária Comunista e, depois, o de Partido Socialista Popular – defendeu no parlamento burguês os direitos do povo.

Não menos importante foi seu trabalho durante a etapa de luta contra a tirania de Batista, que obrigou seus membros a combater em condições difíceis, a maioria das vezes de forma clandestina. Após o triunfo de 1º de janeiro de 1959, sob a condução de Fidel e Blas Roca, foi forjado o processo de unidade do Partido com as duas organizações políticas que tinham suportado o maior peso da luta revolucionária contra Batista (o Movimento 26 de Julho e o Diretório Revolucionário).

Foi assim que, em 1961, se fundiram nas Organizações Revolucionarias Integradas (ORIs), antecedente para constituir, em 1963, o Partido Unido da Revolução Socialista de Cuba (PURSC) – que a partir de 3 de outubro de 1965 adotou o nome de Partido Comunista de Cuba.

Desde então, não houve luta nem façanha na qual não teve um protagonismo especial essa organização, como vanguarda da sociedade cubana nos momentos mais transcendentais da nação. Se algum mérito teve o partido em sua história, é o de ter mantido a unidade da nação – essa que nos permitiu enfrentar perseguições, bloqueios genocidas, guerras e ameaças de toda a índole, e sairmos vitoriosos.

Por essa e outras razões, Fidel o qualificou como a alma da Revolução Cubana, pois é a organização que sintetiza os sonhos e aspirações de nosso povo, ao longo de mais de cem anos de luta. Hoje, quando a Pátria enfrenta novos desafios, como consequência da pandemia que enluta o mundo, e que também nos afeta, além do acirramento do cruel bloqueio ianque contra Cuba, o Partido Comunista de Cuba se ergue como garantia segura da continuidade histórica da Revolução.

Publicado originalmente no Granma

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