PCdoB anuncia apoio a Benedita da Silva na disputa à prefeitura do Rio
“A União pelo Rio já está acontecendo. Obrigada às companheiras e companheiros do PCdoB”, comemorou na sua rede social a pré-candidata do PT
Publicado 16/09/2020 10:23

Numa resolução sobre políticas de alianças, o PCdoB decidiu apoiar a candidatura de Benedita da Silva (PT) na disputa municipal no Rio. “Abrimos mão de uma candidatura própria à prefeitura do Rio, reconhecendo o extraordinário papel que Enfermeira Rejane teve como nossa pré-candidata, buscando reduzir a fragmentação do nosso campo político e social, para buscar a unidade possível”, diz um trecho da nota do partido.
“A União pelo Rio já está acontecendo. Obrigada às companheiras e companheiros do PCdoB”, comemorou na sua rede social a pré-candidata Benedita da Silva. Ela diz que recebeu com felicidade a decisão. “PCdoB e PT têm longa tradição de atuação conjunta. É o sinal de que a esquerda progressista tem um caminho comum a oferecer ao povo do Rio”, afirmou.
O PCdoB destaca que o Rio precisa ter alegria e esperança. “Hoje não consegue sorrir para o futuro. Está sem perspectiva, órfã de proteção do Estado, de políticas sociais, de proteção à sua vida, de escolas estruturadas, com desemprego crescente, e crianças e idosos sem teto cada vez mais ocupando as ruas sobre papelão e folhas de jornal. As forças que hoje dirigem a Prefeitura estão denunciadas por grandes esquemas de corrupção e vários outros líderes destas estruturas dominantes ultrapassadas estão presos ou afastados”, diz o partido.
A legenda lembrou ainda que foi feito um esforço nacional para que os partidos de esquerda e progressistas repensassem suas decisões. “É urgente unir forças para derrotar esta direita que não tem ética nem compromisso com nossa gente. Entendemos que isso ainda é possível!”, conclamou.
“Vamos somar com a candidatura de Benedita da Silva (PT), mulher negra de trajetória digna, e que neste momento pode ser a alternativa para a cidade do Rio”, finalizou.
Um dos últimos comentários que fiz nas redes sociais de que não participo mais (o último comentário, com certeza, foi uma crítica àquilo que se convencionou chamar de “lacração” e ao rebaixamento da importância da militância política “ao vivo”, corpo a corpo, no dia a dia do homem do povo que esse tipo de militância virtual estéril implicou) foi uma constatação de que o nome de Benedita da Silva possuía grande potencial para ir mais longe até que o de Freixo, em termos de 2° turno (na época do comentário, o nome Freixo era tido como certo entre os candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro em 2020). Mulher, negra, oriunda de uma comunidade pobre, evangélica, em condições de dar a esse voto com viés religioso uma depurada moral. Porém, para que a Bené alcance o segundo turno, além da necessidade de unidade (que poderia ser favorecida, combinando acordos em outras cidades com a importância do Rio, como São Paulo e BHTE), a campanha no Rio de Janeiro terá que assumir o risco de ir para as ruas. As medidas protetivas contra o coronavírus não podem favorecer, facilitar, a vitória das forças ligadas às milicias que, no momento, controlam o governo da cidade do Rio de Janeiro, da mesma forma que, em outros tempos, a defesa da paz não pôde favorecer a vitória do nazi-fascismo, impedindo os comunistas e democratas de pegar em armas, arriscando suas vidas para lutar contra Franco, na Espanha, Mussolini, na Itália, Hitler, na Alemanha, etc. Derrotar as milícias no Rio de Janeiro, cidade-berço dessa perigosa organização criminosa seria uma vitória com importância histórica, mesmo sendo no âmbito de uma luta institucional. Para conquistar esse tipo de vitória, vale a pena correr algum risco calculado e minimizado, tal como, por outas razões não menos nobres e análogas, já se submetem todos os dias os profissionais da área de saúde.