‘Mente com desfaçatez’, diz deputado sobre fala de Bolsonaro na ONU

Focado na autodefesa, Bolsonaro afirmou que seu governo é vítima de uma das mais ferozes campanha de desinformação sobre o desmatamento

(Foto: PCdoB)

Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) repudiou a autodefesa, as inverdades os diversos ataques contidas no discurso de Jair Bolsonaro (sem partido) na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (22).

“Bolsonaro na Assembleia da ONU exibe para o mundo o seu despreparo, intolerância com os defensores do meio ambiente, guerra permanente a prefeitos e governadores, enfim, sem retoques, a tragédia brasileira que ele representa. Bolsonaro mente ao mundo com indisfarçável desfaçatez. Um depravado!”, analisou o parlamentar.

No discurso de abertura do evento mundial, o presidente brasileiro lamentou as mortes pela Covid-19 e atribuiu aos 27 governadores brasileiros a responsabilidade pelo combate ao coronavírus, que já vitimou 137 mil pessoas no país.

Bolsonaro e a autodefesa

Ele também afirmou que graças à sua gestão, “de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas” que evitaram o mal maior durante a pandemia a trabalhadores e indígenas, incluindo a distribuição de um auxílio de cerca de US$ 1 mil, o que equivale a R$ 5.430.

Focado na autodefesa, Bolsonaro também afirmou que seu governo é vítima de uma das mais ferozes campanha de desinformação sobre o desmatamento na Amazônia e no Pantanal. O presidente chamou o agronegócio de “pujante” e ressaltou o papel do Brasil na produção de alimentos em escala global.

Em seu discurso, o mandatário disse, ainda, que o Brasil garantiu a alimentação de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo graças ao agronegócio nacional, “este sim o verdadeiro alvo das críticas ambientais de outros países”, segundo a interpretação do governo Bolsonaro.

No mesmo evento, Jair Bolsonaro também atacou a Venezuela, acusando sem provas o país vizinho de ter provocado derramamento de óleo que atingiu o Brasil no ano passado e fez um aceno subserviente ao presidente americano Donald Trump. Ele também fez um apelo pela “liberdade religiosa” e pediu combate à “Cristofobia”, sem citar casos existentes no Brasil. Ressaltou também que o país, segundo ele, é “cristão, conservador e tem na família sua base”.