Cepal: A pior crise em um século para a América Latina e Caribe

Na região da América Latina e Caribe, 2,7 milhões de empresas fecharam suas portas como resultado da contração causada pela pandemia e 44 milhões de trabalhadores perderam seus empregos. A Cepal aponta, entre as medidas necessárias para a recuperação, a promoção do investimento público em setores que irão aumentar o emprego e apoiar as famílias.

A crise causada pela pandemia da Covid-19 é a mais profunda dos últimos 100 anos para a região, declarou, nesta terça-feira (6), a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL, disse que esta situação implica uma perda de uma década para os países da região, já que o Produto Interno Bruto por habitante (PIB) caiu para o nível de 2010.

Bárcena apresentou, em Santiago, capital do Chile, a Pesquisa Econômica da América Latina e do Caribe 2020: Principais Condições para Políticas Fiscais e Monetárias na Era Pós-Pandêmica pela COVID-19, o relatório econômico anual da instituição, com uma avaliação das economias da região e as perspectivas para os próximos meses.

A alta funcionária observou que a recuperação dos efeitos da crise sanitária levará mais tempo do que inicialmente esperado e disse que 2,7 milhões de empresas fecharam suas portas como resultado da contração causada pela pandemia deste ano.

Ela também apontou que 44 milhões de trabalhadores perderam seus empregos, enquanto a quantidade de pessoas que estão na pobreza será de 231 milhões até o final do ano, um número semelhante ao de 2005, e os que estão na pobreza extrema serão 96 milhões, o que significa uma queda para o nível de 1990.

Entre as medidas necessárias para a recuperação, ele apontou a promoção do investimento público em setores que irão aumentar o emprego e apoiar as famílias, bem como o apoio às pequenas e médias empresas, que são a maior força de trabalho da região.

Bárcena considerou que políticas macroeconômicas ativas eram necessárias para retomar o crescimento e promover a transformação estrutural, fortalecer as receitas públicas e manter políticas monetárias expansionistas convencionais e não-convencionais.

Ela também destacou que a cooperação internacional é essencial para ampliar o espaço para políticas macroeconômicas e para aliviar, através do adiamento, o pagamento de dívidas às nações da região, o que permitirá redirecionar recursos importantes de acordo com o crescimento econômico.

Fonte: Prensa Latina