Anvisa discute avanços da vacina russa Sputinik V

Foram esclarecidas dúvidas e andamento dos testes. Rússia divulga pesquisa sobre interesse de brasileiros na vacina.

Produção da vacina Sputinik V, em Moscou

Representantes do Instituto Gamaleya (Moscou) e da empresa União Química, que conduzem os estudos para o desenvolvimento da vacina Sputinik V, apresentaram o trabalho desenvolvido e a situação atual dos testes de imunização contra a Covid-19 à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os representantes da Agência esclareceram dúvidas sobre os próximos passos e os procedimentos para o início de testes clínicos no Brasil.

Representantes da empresa disseram que responderão aos questionamentos dos técnicos da agência nos próximos dias.

O laboratório responsável pelo desenvolvimento da Sputinik V não submeteu à Anvisa, até o momento, o pedido para o registro da vacina. Essa ação é necessária para que qualquer empresa ou ente público possa comercializar um medicamento no Brasil.

A União Química entrou na Anvisa com um pedido de avaliação prévia. 

85% gostariam de ser vacinados e metade conhece a Sputnik V

O Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF, fundo soberano da Federação Russa) anuncia os resultados de uma pesquisa com mais de 12 mil entrevistados em 11 países do mundo sobre sua atitude em relação à vacinação contra a infecção por coronavírus e suas preferências na escolha de uma vacina. De acordo com a pesquisa, 73% dos entrevistados estão prontos para serem vacinados contra o coronavírus, enquanto entre aqueles que conhecem a vacina russa Sputnik V, o número de pessoas que gostariam de ser vacinadas é ainda maior – 4 em cada 5 entrevistados.

A pesquisa foi realizada de 9 a 19 de outubro pela YouGov, empresa líder em pesquisa de mercado e análise de dados do Reino Unido. Participaram residentes do Brasil, Vietnã, Egito, Índia, Indonésia, Malásia, México, Nigéria, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Filipinas. Mais de 2,5 bilhões de pessoas vivem nesses países, o equivalente a mais de 30% da população mundial. A pesquisa se tornou uma das maiores sobre o tema e a primeira pesquisa global envolvendo países do Oriente Médio e Sudeste Asiático.

A pesquisa foi realizada antes do anúncio de 92% de eficácia da vacina Sputnik V durante a primeira análise de dados provisória.

Principais resultados da pesquisa no Brasil

A esmagadora maioria dos participantes da pesquisa são positivos sobre a vacinação contra o coronavírus (85% dos entrevistados). Mais da metade dos participantes da pesquisa (56%) conhece a vacina russa “Sputnik V”.

No Brasil, a confiança na vacina baseada em adenovírus humano (plataforma da Sputnik V) é alta – 9 em cada 10 entrevistados que decidiram sobre a escolha da vacina preferem uma vacina baseada em adenovírus humano a outras plataformas baseadas em adenovírus não humanos.

5 em cada 10 entrevistados mencionaram a Rússia entre os países com maior credibilidade (cada entrevistado nomeou três países).

Paraná

Em agosto, o governo do Paraná assinou um convênio com o embaixador da Rússia, Sergey Akopov, para produção da vacina Sputnik V. O acerto prevê o repasse de tecnologia para a fabricação da vacina pelo governo paranaense.

A vacina Sputinik V foi a primeira anunciada como eficaz contra a Covid-19. Contudo, houve questionamentos pela comunidade científica pela falta de estudos publicados em periódicos de renome mostrando os resultados dos testes.

Na semana passada, o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) afirmou que a vacina é 92% eficaz. A entidade declarou que seguirá com os testes por mais seis meses e que os resultados serão publicados em periódico científico.

Outras vacinas

Ontem (17), o Ministério da Saúde se reuniu com uma equipe que atua no desenvolvimento da vacina pelas empresas Pfizer, dos Estados Unidos, e Biontech, da Alemanha. De acordo com a assessoria da pasta, foi apresentada a situação dos estudos.

O Ministério da Saúde tem na agenda desta semana encontros marcados com equipes de outras vacinas em desenvolvimento, como Janssen, Johnson & Johnson e Bharati Biotech (Vocaxin), além dos responsáveis pela Sputinik V.

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