Haroldo Lima: uma vida de luta pelo Brasil, por Davidson Magalhães

“Haroldo, que formou e é referência de gerações de baixinhos e baixinhas, não verá o seu PCdoB completar o centenário, mas é parte substancial deste árduo e glorioso caminho percorrido”

Haroldo Lima - Foto: Agência Câmara

Recebo a gélida e sufocante notícia que meus olhos resistem a ler e os meus sentimentos a decodificar: perdemos Haroldo Lima.

Deixa de bater um dos corações mais generosos, íntegro, entusiasmado e combativo, que convivi nestes meus 41 anos de militância política.

A última vez que ouvi sua voz, dia 08/03, foi me solicitando alguém para conduzi-lo ao hospital. Não mais aquela voz contundente dos discursos, porém rouca e abatida.

É muito duro e sofrido na condição de amigo, admirador, companheiro e presidente do PCdoB da Bahia, que é a sua cara e alma, ter que a partir de agora conviver com o vácuo da sua ausência.

Ele, que escapou da Chacina da Lapa, derrotou a tortura nos horrendos porões da ditadura e superou acidentes, tombou, junto com 300 mil compatriotas, vítima desta pandemia, elevada à categoria de genocídio, pela irresponsabilidade, descaso e obscurantismo que nos rege.

Haroldo, que formou e é referência de gerações de baixinhos e baixinhas, não verá o seu PCdoB completar o centenário, mas é parte substancial deste árduo e glorioso caminho percorrido.

O homem físico Haroldo nos deixa. Fica o seu legado, o seu exemplo, suas doces e alegres memórias e o nosso compromisso de manter erguida a bandeira em defesa do Brasil e do seu povo; da esperança, do sonho do socialismo, que marcaram o seu itinerário de vida entre nós. Viva Haroldo Lima!

Autor