Ato pela CPI da Pandemia reúne 14 partidos e dezenas de lideranças

O evento também promoveu um desagravo a Felipe Neto. Perseguido por criticar Jair Bolsonaro, o influenciador digital criou o projeto Cala a boca já morreu, que dará amparo legal a perseguidos por críticas ao atual governo.

O jornalista Ricardo Galhardo e o influenciador digital Felipe Neto durante a live - Imagem: Reprodução/Facebook

O VII Ato do movimento Direitos Já! – Fórum pela Democracia reuniu membros de 14 partidos de um amplo espectro político. Também estiveram presentes artistas, religiosos e profissionais de saúde, entre eles o médico e ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. O objetivo foi pedir a instalação imediata da CPI da Pandemia. Quem quiser pode se unir aos participantes e assinar o manifesto pela CPI, para investigar crimes e omissões do governo no combate à Covid-19.

Realizado na sexta-feira (26), o ato contou ainda com o comunicador digital Felipe Neto, que recebeu manifestações de solidariedade após ser vítima de perseguição por criticar Jair Bolsonaro.

Em sua fala no início da live, Mandetta enfatizou a urgência da CPI e disse que durante sua gestão à frente do Ministério da Saúde, no início da pandemia, fez uma escolha.  “Entre a vida e a morte, optei pela vida; entre a ciência e o charlatanismo, fiquei com a ciência”, afirmou. Outros profissionais de saúde presentes foram Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Gulnar Silva, da Frente pela Vida, e Cláudio Lottemberg, presidente do Conselho Albert Einstein.

Autor do pedido de CPI da Pandemia no Senado, o líder da Oposição, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que tem se empenhado pela instalação da comissão. Já existem 33 assinaturas favoráveis à instalação, o que é número suficiente para que a Presidência da Casa dê início aos trabalhos. Vale citar que três senadores faleceram de Covid: Major Olímpio (PSL-SP), Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e José Maranhão (MDB-PB).  

Já um dos autores do pedido de CPI na Câmara dos Deputados, deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), vice-presidente nacional do PSL, fez uma manifestação inflamada ao falar do número de mortos. “O presidente nunca quis montar um gabinete de crise. Ele se alimenta de ódio e do caos”.

Participaram do ato e apoiam a CPI os partidos PSOL, PCdoB, PT, PDT, PSB, PV, PSDB, Rede Sustentabilidade, Podemos, Cidadania, MDB, PSD, DEM e PSL.

O cantor Ivan Lins e os atores Paulo Betti e Herson Capri, além dos jornalistas Fernando Gabeira, Ricardo Galhardo, Hildegard Angel e Leo Sakamoto também assinam o manifesto pela instalação da CPI da Pandemia.

Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, lembrou todos que são gravemente atingidos pela pandemia. “Não podemos nos calar diante de tudo isso. A vida acima de tudo”. Pastor Levi, da comunidade Caverna-SP fez preces pelas famílias das vítimas da pandemia e Mãe Nívea Luz representou o Candomblé.

Solidariedade a Felipe Neto

O ato também teve por objetivo promover um desagravo ao comunicador digital Felipe Neto, a favor liberdade de expressão. Muito emocionado, Felipe agradeceu o apoio recebido e falou de seu projeto Cala a boca já morreu, que dará amparo legal a vítimas de perseguição por críticas a Bolsonaro que não possam pagar por advogados.

Felipe afirmou que sentiu na pele o que é ser perseguido e imagina o que seja passar por isso sem recursos para se defender. Ele também prestou solidariedade às mais de 300 mil famílias que perderam entes para a Covid. “Não vão nos calar”, concluiu.

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