Parlamentares reclamam da impunidade no massacre de Eldorado do Carajás

Cerca 150 homens da Polícia Militar executaram 19 camponeses que participavam do protesto na chamada “curva S” e mais dois morreram no hospital

(Foto: Sebastião Salgado/Arquivo MST)

Em 17 de abril de 1996, há exatamente 25 anos, acontecia em Eldorado do Carajás, no sudoeste do Pará, o maior massacre de trabalhadores sem-terras. Cerca de 150 homens da Polícia Militar executaram 19 camponeses que participavam do protesto na chamada “curva S” e mais dois morreram no hospital. Em todo o país o fato está sendo lembrando com manifestações, atos culturais e plantações de árvores.

Parlamentares de diferentes partidos também registraram o momento e protestaram contra a impunidade. “Há 25 anos atrás, 19 trabalhadores rurais em luta pela reforma agrária foram assassinados brutalmente no massacre de Eldorado dos Carajás. 25 anos de revoltante impunidade! Mas a luta do MST segue mais viva do que nunca! Viva os trabalhadores sem-terra”, escreveu no Twitter o vice-líder do PCdoB na Câmara, Orlando Silva (SP).

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) também fez referência a impunidade. “No Brasil, a luta pela terra resiste à impunidade e às violências históricas, como o Massacre de Eldorado dos Carajás, em que 21 trabalhadores Sem Terra foram assassinados pela Polícia Militar do estado do Pará”, protestou o deputado na rede social.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) diz que a data é um símbolo da resistência camponesa. “O Massacre de Eldorado do Carajás completa 25 anos hoje. 21 trabalhadores foram cercados por 155 policiais militares. Desses, oito foram assassinados com seus próprios instrumentos de trabalho: foices e facões. Por causa desse massacre, a data se tornou símbolo de luta camponesa”, lembrou.

O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), destacou que após massacre não houve avanço na distribuição de terra no país. “Desde aquele agora longínquo 17 de abril de 1996 não houve nenhum avanço significativo na reforma agrária, e na disputa pela terra continua-se país afora a matar desbragadamente”, lamentou.

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