O múltiplo Serjão

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– O que é mesmo que você vai me perguntar? – Indaga o compositor e artista plástico Sérgio Pinheiro.

Digo-lhe que tenho um projeto de um documentário longa-metragem sobre um período importante na história da música cearense, um recorte que inicia no final dos anos 60, com a formação do que se denominou Pessoal do Ceará, até 1980, com o lançamento do disco duplo “Massafeira”. Serjão está nesse álbum com faixa a “Buenos Aires (Citroen)”, composição dele com Stelio Valle.

Acrescento que é importante sua fala, ouvir suas histórias sobre os três dias de encontros com tantos novos artistas no Theatro José de Alencar, como foram as gravações no Rio de Janeiro.

Ele franze a testa e solta uma risada!

E tudo passou a ser mais alegria a bordo do seu Citroen. Durante uma tarde na ampla sala de seu apartamento, Serjão falou sobre múltiplos fatos marcantes na história da música cearense, as noites de doses de canções no Bar do Anísio, as longas conversas com Belchior quando compôs “Apalo seco”, a inspiração para sua “Citroen”,

Esse encontro aconteceu em 2015, quando comecei a fazer alguns registros e guardar para o documentário “Pessoal do Ceará – Lado A Lado B”, que será lançado no final deste ano.

Sergio Pinheiro partiu hoje, aos 72 anos, em seu Citroen para outros Cearás… foi ao encontro de seu amigo, o querido poeta Brandão, que nos deixou no começo deste mês.

Nossos corações num abraço de saudade… Franzimos a testa e choramos sua falta, querido Serjão.

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