Arrocho salarial deixa trabalhador 1 ano sem aumento real, aponta Fipe

Segundo cálculos da Fipe, nos últimos 12 meses os reajustes ficaram igual ou abaixo da inflação. LDO de Guedes mantém asfixia da política de valorização do mínimo, prioridade dos governos do PT

(Foto: Reprodução)

A ferramenta Salariômetro, da Fundação de Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), confirma o arrocho imposto pelo ministro da Economia Paulo Guedes ao trabalhador brasileiro: em plena pandemia e com uma inflação devastadora, empregados estão sem aumento real de salário há um ano. Segundo o instituto, os reajustes ficaram em patamar igual ou abaixo da inflação.

No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor foi de 8,9% em 12 meses, ante a um reajuste médio de 8,3%. A deterioração do poder de compra do assalariado é efeito direto da explosão de preços, do gás de cozinha aos ovos, passando pela carne, que desapareceu do prato do brasileiro. É mais um feito do colosso Paulo Guedes, responsável, entre outros desastres, pela extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

“O Brasil está vivendo a mais grave crise que atinge a população”, alertou o deputado federal Jose Guimarães (PT-CE), na semana passada. “A alta do preço dos alimentos, como carne de porco, frango são as maiores altas. O gás de cozinha em algumas regiões chega a 115 reais. O desespero toma conta das famílias brasileiras. E o pior, a inflação dispara.”

Guedes mantém asfixia

E, para mostrar que não está de brincadeira em relação a quem Guedes e Bolsonaro de fato representam – bancos e mercado financeiro – o ministro trabalha incansavelmente para garantir que o arrocho ao trabalhador esteja previsto em lei.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada no Congresso na última semana, mantém fora do radar a política de valorização do salário mínimo, prioridade dos governos do PT e que trouxe ganhos reais na massa salarial do trabalhador na última década e meia.

Pela proposta do governo, nos próximos três anos, o reajuste de salários deixará de ter ganho real, sendo ajustado, no máximo, de acordo com o INPC. Em 2021, o reajuste do mínimo para R$ 1.100 representou 5,26%, ante o índice de 5,45% do INPC, abaixo, portanto, da inflação.

“A Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo deu certo”, afirma o senador Paulo Paim (PT-RS). “O governo cometeu um erro crasso ao extingui-la. O salário mínimo é um poderoso instrumento de distribuição de renda. Mais de 100 milhões de brasileiros se beneficiam. É dinheiro no bolso. Todos ganham”, adverte o senador.

Implementada por Lula e mantida por Dilma Rousseff, a política de valorização do mínimo vigorou até 2019. Entre 2003 e 2016, o aumento real do piso chegou 78%, ampliando o poder de compra da população.

Fonte: PT Notícias com informações de O Globo e Rede Brasil Atual