CPI encerra depoimento de líder de Bolsonaro que será agora convocado

Os senadores dizem que ele mentiu na CPI e usou como narrativa “absurda” culpar o colegiado pela falta de vacina no país

O presidente da CPI, Omar Aziz, encerra a sessão (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), encerrou nesta quinta-feira (12) o depoimento do líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), para que ele seja convocado na condição de investigado. Os senadores dizem que ele mentiu na CPI e usou como narrativa “absurda” culpar o colegiado pela falta de vacina no país.

Após a segunda suspensão dos trabalhos, o presidente da CPI reabriu a reunião apenas para dizer que não tinha como continuar com “um mentiroso que só estava zuando a cara de geral”.

Sobre culpar a comissão pela falta de vacina, Aziz diz que a mentira do deputado não durou dois minutos. Ele fez referência a declaração do vice-presidente de Negócios Internacionais da chinesa Cansino, Pierre Morgon, confirmando que farmacêutica segue interessada em vender vacinas ao Brasil. O líder de Bolsonaro afirmou que a empresa perdeu interesse na venda de vacina ao Brasil depois dos trabalhos da CPI.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), diz que o líder de Bolsonaro é uma “cara de pau atroz”. “Eles defenderam a imunidade de rebanho e negaram todas as vacinas”, criticou o senador.

De acordo com ele, a CPI impediu que alguns enriquecessem mais ainda às custas da vida do povo brasileiro. “Se a CPI atrapalhou algo, foram os esquemas que estavam em curso no governo Bolsonaro. Quanto à vacinação, após a CPI, ela foi ampliada”, explicou Randolfe.

Randolfe diz que Ricardo Barros tem razão em uma coisa: “A CPI atrapalhou um golpe de 45 milhões de dólares que seria dado pela Precisa e pela sua intermediária. A CPI atrapalhou os negócios da Davati e da World Brands.”

No próximo depoimento, sem data ainda confirmada, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) disse que tem muitos questionamentos ainda a serem feitos. “Vamos interroga-lo a partir dos avanços das investigações e transferência de sigilo”, disse.

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