Caminhoneiros cogitam greve contra Bolsonaro para baratear combustível

Possível paralisação será debatida em reunião do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas

Após um novo aumento no preço do diesel anunciado na terça-feira (27), lideranças de caminhoneiros confirmaram que uma greve para pressionar o governo do presidente Jair Bolsonaro a baixar o valor do combustível é cogitada pela categoria. Ao UOL, o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plinio Dias, confirmou que o tema está na pauta da próxima reunião de lideranças da categoria.

O encontro está previsto para o próximo dia 16 de outubro, no Rio de Janeiro, e poderá definir os detalhes da paralisação. “Nossa intenção é que o presidente Bolsonaro e o presidente da Petrobras resolvam isso, pois está nas mãos deles”, explica Dias.

Caminhoneiros acusam Bolsonaro de se omitir da responsabilidade sobre o preço, ao jogar a culpa da alta no valor em governadores e impostos estaduais, além da pandemia. A impaciência da categoria cresce a cada dia, e já há caminhoneiros querendo iniciar a greve.

Mas uma definição dependerá do que for discutido no encontro. A primeira opção, conforme explicou Dias, é “sentar e dialogar para todos saírem com ótimas condições de trabalho, sem ter que paralisar nosso país”.

Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) disse ao portal não considerar, por enquanto, uma paralisação. Um representante da organização, no entanto, confirmou a insatisfação com o atual governo.

Recentemente, caminhoneiros chegaram a fechar trechos de rodovias em pelo menos 15 estados brasileiros após os atos antidemocráticos de 7 de setembro em apoio a Bolsonaro. A manifestação foi liderada pelo bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, que está foragido após ter a prisão decretada por ameaças ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso. As duas entidades consultadas dizem não ter apoiado o movimento.

Com informações do UOL e da CartaCapital