Bandeira que cobriu corpo do jornalista Délio Rocha é doada ao PCdoB

Viúva procurou deputado estadual para intermediar a entrega

Treze anos depois, a bandeira do PCdoB que cobriu o caixão do jornalista mineiro Délio Rocha foi doada hoje pela sua viúva, Iris Brandi de Abreu, ao PCdoB, por intermédio do deputado estadual Celinho do Sintrocel. Como o parlamentar encontrava-se em viagem, ele foi representado por Richard Romano, secretário Estadual de Organização e Aldanny Rezende, secretário Estadual de Comunicação do PCdoB.

Iris é professora aposentada, moradora no bairro Santo Antônio, na região Sul de Belo Horizonte, e sempre esteve presente nas lutas democráticas da cidade. Seu companheiro, Délio Rocha, faleceu em 2008 quando exercia o cargo de vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de MG na gestão presidida por Aloísio Morais. Após se desligar do antigo PCB, Délio sempre manifestava o desejo de se filiar ao PCdoB, o que ocorreu alguns meses antes de sua morte.

“Essa bandeira cobriu o caixão do Délio e não poderia ficar guardada em um armário”, disse Iris ao lembrar que, então, teve a ideia de ir à Assembleia Legislativa e entregá-la ao deputado Celinho.

Bastante querido pelos jornalistas mineiros, Délio Rocha nasceu em Manhuaçu, na Zona da Mata de Minas, de onde partiu para Belo Horizonte ainda jovem para ingressar na carreira do jornalismo. Trabalhou em diversos veículos da capital, dentre eles, o Diário de Minas e o Estado de Minas. Foi também o primeiro assessor de imprensa de Tancredo Neves quando o futuro governador dava os primeiros passos na dura campanha eleitoral que o levou à vitória rumo ao Palácio da Liberdade, em 1982.

Após sua morte, o Sindicato dos Jornalistas decidiu homenagear seu diretor ao instituir o Prêmio Délio Rocha de Jornalismo, que a cada ano premia as melhores reportagens publicadas pelos jornalistas mineiros. Délio morreu ao não resistir a uma cirurgia no coração.