Deputada defende medidas para acesso das mulheres aos espaços de poder

“Em fevereiro deste ano completamos 90 anos do voto feminino, mas ainda hoje discutimos se colocamos ou não na Constituição a obrigatoriedade de se investir, no mínimo, 30% na promoção das mulheres nos partidos políticos”, afirmou Perpétua Almeida

Perpétua Almeida (Foto: Divulgação)

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) defendeu a ampliação das candidaturas femininas durante reunião da comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/21, que trata do tema. Para ela, é fundamental que o Brasil tenha medidas para garantir o acesso das mulheres aos espaços de poder.

“Em fevereiro deste ano completamos 90 anos do voto feminino, mas ainda hoje discutimos se colocamos ou não na Constituição a obrigatoriedade de se investir, no mínimo, 30% na promoção das mulheres nos partidos políticos. Não temos 30% de mulheres no Parlamento. E precisamos de incentivo para mudar esse cenário. A gente precisa mudar essa cultura e para isso essa PEC tem um papel muito importante”, pontuou.

A reunião foi marcada para apresentação do parecer da relatora da matéria, deputada Margarete Coelho (PP-PI). A parlamentar manteve as punições para os partidos que não respeitaram o mínimo de 30% de mulheres candidatas nas eleições anteriores. O texto original previa anistia aos partidos que não tivessem cumprido a cota mínima de gênero (30%) ou que não destinaram os valores correspondentes a essas candidaturas nas últimas eleições.

Margarete Coelho sugeriu que a anistia prevista na PEC seja válida apenas para a não aplicação dos recursos.
Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a distribuição de recursos do Fundo Partidário destinado ao financiamento das campanhas eleitorais direcionadas às candidaturas de mulheres deve ser feita na exata proporção das candidaturas de ambos os sexos, respeitado o patamar mínimo de 30% de candidatas mulheres. A obrigação de uso de 5% do fundo partidário para a promoção da participação política das mulheres já está prevista na Lei dos Partidos Políticos. A ideia dos parlamentares é incluir ambas as regras na Constituição Federal.

Os deputados da comissão especial que discute a proposta pediram mais prazo para analisar melhor o relatório e a votação do texto foi adiada.

A relatora também retirou da proposta a permissão para que os partidos acumulassem os recursos destinados a candidaturas femininas, efetuando a despesa em momento mais conveniente. Segundo Margarete, isso seria um retrocesso. A relatora explicou que fez apenas ajustes pontuais, uma emenda de redação e outra supressiva, para evitar que a proposta tenha que voltar para o Senado.

Neste sentido, a redação também foi alterada para evitar que os 30% de recursos para campanhas femininas seja interpretado como teto e não como um mínimo. “Para ajustar a redação, nós trouxemos o que diz a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em vez de ‘independentemente’ do número de candidatas, seria ‘proporcionalmente’ ao número de candidatas”, esclareceu.

Fonte: Liderança do PCdoB com informações da Agência Câmara