Ao receber apoio da Rede, Lula diz que é possível construir um outro país

“A gente está juntando as pessoas de esquerda deste país, as pessoas que acham que é possível construir um outro país, para tirar da presidência da República um cidadão que jamais deveria ter chegado”, disse o ex-presidente

(Foto: Reprodução)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu formalmente o apoio da Rede Sustentabilidade para as eleições presidenciais de 2022 durante um encontro com parlamentares do partido nesta quinta-feira (28), em Brasília. Em seu discurso, Lula falou da importância de unir forças para reconstruir o país.

“A decisão de vocês, para mim, simboliza muito. Porque tem eleições que a gente pode até ganhar, mas é uma coisa sem paixão, sem sentido. Mas nessa eleição agora, a gente está juntando as pessoas de esquerda deste país, as pessoas que acham que é possível construir um outro país, para tirar da presidência da República um cidadão que jamais deveria ter chegado”, agradeceu.

No dia em que a ONU divulgou a decisão do Conselho de Direitos Humanos, reconhecendo que Lula sofreu uma violação de seus direitos por conta de julgamento parcial durante a Operação Lava Jato, o ex-presidente lembrou as circunstâncias que cercaram a eleição de 2018, quando estava detido na sede da Polícia Federal em Curitiba.

“Nós estávamos entorpecidos pela quantidade de mentiras e pela negação da política, nós sabemos o que aconteceu neste país. A imprensa é uma coisa extraordinária para garantir a liberdade de expressão, mas se torna perniciosa, quando mente, acusando todo mundo e dizendo que a política é culpada. E não tem na história da humanidade saída que não seja pela política. Toda vez que você nega a política, o que vem depois é pior. Foi assim na Alemanha com o nazismo, foi assim na Itália com o fascismo e foi aqui no Brasil”, recordou.

O ex-presidente também citou outros casos em que a negação da política teve efeitos nefastos para o Brasil, como as eleições de Jânio Quadros, em 1960, e Fernando Collor, em 1989, ambos presidentes que não concluíram seus mandatos.

Construção de um outro Brasil

Em seu discurso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também ressaltou a importância de uma união nacional para derrotar o atraso e reconstruir o Brasil a partir das eleições de outubro.

“Temos um outro Brasil a ser construído. Sua candidatura não é só para uma eleição. O que estará em jogo em outubro não é apenas uma eleição, é o destino de uma geração. Estamos diante de uma encruzilhada histórica, em que se encontram dois Brasis. Tem este Brasil da exploração, que tem como principal canteiro de obras a destruição. E tem o Brasil que provou que pode dar certo, um país que mostrou que crescendo todo ano poderia preservar a Amazônia”, declarou.

A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), primeira mulher indígena a ser eleita para a Câmara dos Deputados, falou sobre a necessidade de os povos originários fazerem parte das negociações desse processo de retomada do crescimento brasileiro.

“Queremos sentar à mesa para negociar, mas olhando de igual para igual, com nossos traços culturais, nossas terras demarcadas. Os indígenas dão sua vida para manter a floresta em pé. Garimpo em terra indígena, mineração em terra indígena é crime. Viemos para ficar, para reforçar a nossa luta”, ressaltou ela.

Representantes da legenda entregaram a Lula um documento com as principais sugestões para serem incorporadas a um futuro plano de governo. A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, comemorou a união com a Rede para um projeto democrático para o Brasil.

“O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras fica muito orgulhoso de participar deste evento com figuras tão representativas da Rede. É um partido que temos o maior respeito e maior carinho, que coloca o meio ambiente e a sustentabilidade como centro de sua ação. Esse é um compromisso muito importante para a nossa caminhada”, declarou.

Fonte: lula.com.br