Gás encanado e veicular devem subir, após Petrobras ter anunciado reajuste no gás natural

A Petrobras anunciou na tarde desta sexta-feira (29) um reajuste de 19% na venda do gás natural, que passará a valer a partir deste domingo (1º de maio). O aumento será repassado às distribuidoras e deve impactar tanto nas residências que utilizam o gás encanado quanto veículos que utilizam GNV (gás natural veicular).

Porém, segundo Luciano Costa, editor de Energia e Commodities da plataforma de investidores TC, o reajuste não deve afetar o preço do botijão de gás: “O reajuste hoje foi para o gás vendido para as distribuidoras, que atendem o consumidor final (gás canalizado, não em botijão)”. O valor de referência para o botijão é o GLP.

O reajuste não foi surpresa para os especialistas: “O aumento era de certa forma previsto porque a Petrobras tem contratos com essas concessionárias nos quais o preço é ajustado a cada três meses pela variação do petróleo no mercado internacional e pelo câmbio”.

Por que o gás foi reajustado?

Com mais de dois meses de duração até a agora, a guerra da Ucrânia foi elencada pelo especialista como causa do reajuste: “Na prática, o que vemos é o aperto do mercado de petróleo e a guerra na Ucrânia impactando indiretamente o gás aqui. O petróleo Brent, referência internacional, está sendo negociado acima de US$100 por barril, maior valor desde 2014”.

Contudo, setores críticos à política de Preço de Paridade de Importação (PPI) – como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Observatório Social da Petrobras – afirmam que o principal componente dos recentes aumentos de preço dos combustíveis derivados de petróleo têm sido o PPI.

O que é o PPI?

O PPI é a política de preços da Petrobras instituída pelo ex-presidente Michel Temer em outubro de 2016 e que é seguida até hoje. Deste modo, o petróleo deve seguir o preço do mercado internacional, mesmo que seja extraído, refinado e consumido no Brasil. 

Fonte: Portal Reconta aí