Casagrande volta a criticar Bolsonaro: “Estão destruindo o País”

De saída da TV Globo, após 25 anos como comentarista esportivo da emissora, o ex-jogador Walter Casagrande Jr. afirmou que não fará campanha para nenhum candidato nas eleições 2022. Em entrevista à jornalista Cristina Padiglione (F5), publicada nesta quinta-feira (7), ele ponderou, no entanto, que não abre mão das críticas ao governo Jair Bolsonaro e reafirmou que votará no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A opção de eu não participar de campanhas ou subir em palanque não é só porque era uma regra da TV Globo”, declarou Casão. “Mesmo não estando na TV Globo, não vou participar de campanha, não vou subir em palanque e acho que não preciso fazer isso. Todo mundo sabe a minha posição, todo mundo sabe em qual partido eu vou votar.”

Questionado sobre sua preferência eleitoral, o ex-jogador voltou a dizer que vai “votar no PT”, conforme já havia esclarecido em entrevista recente ao programa Roda Viva, da TV Cultura. “Eu sempre fui PT, mas gosto do Ciro Gomes também, já votei no Ciro”, disse. “Vou votar no PT porque é o partido em que sempre votei. Não sou filiado, não vou subir em palanque, não vou fazer campanha para ninguém, não sou candidato a nada.”

Casagrande enfatizou que, hoje, o antibolsonarismo é o centro de sua posição política. “Sou contra o governo Bolsonaro até o fim da minha vida. Eles estão destruindo o País, na parte política e na parte social, destruindo a Amazônia, destruindo os indígenas”, criticou. “O pessoal tá morrendo de fome e o cara fica gastando dinheiro em motociata. Então, eu sou contra corrupção do MEC, machismo, homofobia, racismo – não posso ser a favor de uma coisa dessas.”

O ex-jogador lamentou, ainda, o ufanismo da TV Globo em torno da Seleção Brasileira – que, segundo ele, não é favorita ao título da Copa do Mundo de 2022. “Sou crítico, sou muito realista nas minhas críticas. Para mim, (a Seleção) não jogou (bem) contra ninguém até agora. Não consigo dizer que é favorita”.

Apesar das queixas, Casagrande afirmou que nunca foi cobrado internamente por qualquer tipo de comentário. “Nunca me censuraram, e as minhas opiniões são bem claras. Seria até absurdo eu não falar nada porque todo mundo sabe o que eu penso”, afirmou.

Ele lembrou a discussão que teve em 2020 com o também ex-jogador e comentarista Caio Ribeiro. Na ocasião, Caio repudiou um depoimento de Raí, diretor do São Paulo, contra Bolsonaro, e Casão saiu em defesa do ídolo são-paulino. “Eu e o Caio resolvemos isso no programa mesmo. Ele acabou ficando sozinho na defesa da opinião dele, mas nós não ficamos com nenhuma pendência”, disse Casão.

“Não somos amigos, somos muito diferentes, pensamos totalmente diferente, mas temos uma relação cordial, convivemos muito bem. Só que eu não sou o cara que fica respondendo rede social, não sou um cara que fica se explicando em rede social”, concluiu.