Governo decreta fim de programa habitacional; Lula anuncia retomada

Desgoverno Bolsonaro pôs fim ao Minha Casa, Minha Vida e criou o ineficiente Casa Verde e Amarela para o qual não existe recursos no próximo ano

Foto: Divulgação/Prefeitura de São Luís

O desgoverno Bolsonaro acabou com o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e inventou o Casa Verde e Amarela para o qual não tem recursos. Por exemplo: no Orçamento do próximo ano, encaminhado ao Congresso, foram destinados R$ 82,3 milhões para Secretaria Nacional de Habitação (SNH) dos quais apenas R$ 34,1 milhões serão para o Casa Verde e Amarela.

Isso demonstra que o governo, praticamente, decretou a extinção do programa. Para se ter uma ideia, em junho deste ano, os recursos previstos para SNH eram de R$ 788,4 milhões, sendo R$ 650 milhões reservados ao programa.

O Valor Econômico destacou a posição do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, para quem a redução no orçamento era “um desastre”. Ele prevê paralisação das obras por falta de recursos. Martins disse ao jornal que obras da faixa 1, destinada a famílias com renda de R$ 1.800, serão paralisadas por falta de recursos.

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Na última sexta-feira (2), em Belém (PA), Lula voltou a anunciar a retomada do Minha Casa, Minha Vida, que contratou 4,2 milhões de moradias e beneficiou 10 milhões de pessoas entre 2009 e 2016. O ex-presidente acusou Bolsonaro de destruir o programa para substituir pelo ineficiente Casa Verde e Amarela.

Ele considerou ridículo o desempenho do novo programa. “Nós vamos retomar o Minha Casa, Minha Vida”, anunciou. Em conversas com lideranças da construção civil, o candidato já havia firmado o mesmo compromisso.

“Se a gente ganhar as eleições, a partir de 1º de janeiro, a primeira coisa que quero fazer e dizer a vocês é que o Minha Casa, Minha Vida vai voltar a ser um programa de governo, e a gente sabe da necessidade de adequar a taxa de juros à possibilidade de sobrevivência de quem quer fazer investimento”, disse.

Lula destacou que a primeira versão do programa resultou no investimento de R$ 300 bilhões. “O Estado também precisa criar condições para, por meio do orçamento da União ou por financiamento dos bancos públicos, garantir que as casas sejam construídas, especialmente para as populações que mais precisam”.

De acordo com ele, é necessário se cercar de possibilidade econômica, de utilizar os seus bancos para ajudar. “Ou através do orçamento da União ou de financiamento, a garantir que as casas sejam construídas porque quem está sendo prejudicado é a parte da população mais vulnerável, a de renda mais baixa, a que mais precisa de casa nesse país”, defendeu.

Jardim Canguru (Fotomontagem/PT)

Enganação

O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) denunciou, recentemente, mais um fiasco do governo Bolsonaro quando, no final de julho, entregou apartamentos no Jardim Canguru, em Campo Grande (MS).

De acordo com ele, os 300 apartamentos são resultado ainda do Minha Casa Minha Vida. O parlamentar lembrou que os empenhos e convênios feitos pelo governo para custear a obra, cerca de R$ 25 milhões, foram garantidos no apagar das luzes do governo de Michel Temer.

 “Casa entregues por Bolsonaro fazem parte do programa petista Minha Casa, Minha Vida. O programa habitacional bolsonarista Casa Verde e Amarela praticamente não saiu do papel”, disse o deputado.

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