Último programa de Lula reforça que eleição será escolha entre o amor e o ódio 

Com uma mensagem otimista, mas contundente em relação ao desastre bolsonarista, Lula encerra campanha na televisão resgatando a esperança na reconstrução do país

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O último programa eleitoral de televisão do ex-presidente Lula (PT), veiculado nesta quinta-feira (29), reforçou a mensagem de esperança, amor e união pela reconstrução do país que o candidato trouxe ao longo da campanha, buscando fazer um contraponto ao desespero, à destruição, ao ódio e à divisão que marcam a gestão e a conduta pessoal de Jair Bolsonaro (PL). 

O mais recente levantamento do instituto Datafolha, divulgado no mesmo dia, consolida uma tendência que já vinha sendo apontada. Com 50% dos votos válidos, Lula tem chances reais de vencer em primeiro turno, contra 36% de Bolsonaro. A campanha do ex-presidente veio trabalhando, nas últimas semanas com o objetivo de conquistar e virar votos para garantir esse resultado no próximo domingo, 2. 

O programa procurou reforçar o clima de otimismo que as últimas pesquisas têm trazido. Ao mesmo tempo, reafirmou o desejo de reedificar o Brasil após o cenário de terra arrasada resultante do bolsonarismo. 

O rapper Emicida. Foto: reprodução

Logo no início, vem a mensagem de que esta é a “chance de acabar de vez com o clima de ódio e trazer a paz de volta ao nosso país”. Na sequência, o programa traz depoimentos de pessoas sobre perdas, fome e destruição. O rapper Emicida aborda o “desastre que foi a não gestão da pandemia”. E um homem arremata: “Não queria que ele fosse coveiro, mas que tratasse a situação com a serenidade e o respeito que ela merecia”. A sequência termina com uma imagem aérea de covas abertas, simbolizando o alto número de mortos pela Covid-19 no Brasil. 

Em seguida, Lula diz que “vamos virar essa página triste do Brasil e retomar o crescimento para todos”. Depois é a vez do seu candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) destacar: “precisamos nos unir acima das diferenças”. Imagens de reunião com ex-presidenciáveis que apoiam Lula são mostradas e num dos depoimentos, a ex-ministra Marina Silva declara: “É mais do que mudar de governo, nós queremos mudar a realidade”. 

Sem espaço para o ódio

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A ideia-força do amor vencendo o ódio, que permeou toda a campanha, veio com uma fala de Lula e imagens dele sendo recebido pelo povo em diversos momentos de sua jornada pelo Brasil. “Eu não tenho espaço para o ódio, eu não tenho espaço para a vingança, eu não tenho espaço para não acreditar que o amanhã vai ser melhor”. Num aceno aos evangélicos, em contraposição ao “messias”, uma senhora diz: “Lula sim o verdadeiro cidadão de Deus”, diz Lula.

O programa veio ainda recheado de celebridades e intelectuais que apoiam o ex-presidente. Numa primeira leva, Djamila Ribeiro, Fernanda Takai, Chico Buarque, Lenine, Carlinhos Brown e Fernanda Abreu mostram seu apoio, com imagens intercaladas com pessoas do povo. 

Sob uma batida semelhante à inconfundível “We will rock you”, do Queen, Lula volta dizendo: “o dia em que a gente vai voltar a sorrir está próximo. E eu sei que você é que será o responsável por isso”. 

Caetano, Mart’nália e Thalma Freitas. Foto: reprodução

Um jingle que remete à esperança traz imagens positivas e uma das metáforas favoritas de Lula para falar da melhoria da vida do povo: um churrasco com picanha. Em uma nova leva, imagens de celebridades e lideranças vão se revezando, entre elas Lula com o papa Francisco, seguida de mais celebridades de várias áreas, algumas fazendo o “L”, tais como Anavitória, Ivan Lins, Gilberto Gil, Julinho Pernambucano, Casagrande, Alice Braga, Duda Beat, Chico Pinheiro, Mark Ruffalo, Caetano Veloso, Mart’nália, Thalma Freitas, Daniela Mercury, Bruna Marquezine, Bela Gil, Chico Cesar, Arnaldo Antunes e Paulo Micklos, entre outros.

O programa traz ainda uma contraposição entre um rapaz feliz, cozinhando, e a dor da fome, com pessoas catando lixo, vivendo na rua e observando os altos preços da carne. Numa série de imagens áreas, são mostrados, e seguida, os mega-comícios realizados pelo país, encerrada por um menino negro tocando, no trompete,  “Olê Olê Olê Olá, Lula, Lula”, com a bandeira do Brasil se formando em contornos verdes, amarelos e azuis. 

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Por fim, Lula diz:  “Vai chegar o dia em que você vai sair de casa e vai votar. Naquele momento, você é a pessoa mais importante deste país. E você vai ter que tomar a decisão: que Brasil que você quer? O Brasil do ódio ou o Brasil do amor; o Brasil da bondade ou o Brasil da maldade; o Brasil da verdade ou o Brasil da mentira? Pense e escolha. Está nas suas mãos”. 

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