Kfouri pede voto no 13: “tirar a milícia de Brasília e impedi-la em SP”

“Peço o seu voto em quem garante que você poderá votar de novo em 2026, em 2030 e assim por diante.”

Juca Kfouri | Foto: divulgação/Google

O jornalista Juca Kfouri, conhecido nacionalmente pela cobertura de esportes, deixou a “decisão da Libertadores” um pouco de lado nesta quarta-feira (16) para pedir voto em Lula no segundo turno das eleições.

“Se você votará no 13, nem leia o que segue”, começa dizendo o jornalista que sempre esteve “à esquerda”. No texto publicado no Blog do Kfouri, no portal Uol, ele se classifica como “um humanista que não se conforma com a fome, com a ignorância e com a mentirada dos canalhas”.

Numa breve e esclarecida resenha, Kfouri relembrou uma sucessão de episódios catastróficos que levaram o país a instabilidade política atual. Ele diz estar “tomado pelo clima criado”, desde 2014, quando o “celerado Aécio Neves” foi derrotado nas urnas por Dilma Rousseff, até dias atrás, no recente caso envolvendo Roberto Jefferson, a quem classificou como “o terrorista granadeiro”.

Ao descrever tantas ocorrências, que poderão ser lidas na sequência, Kfouri disse não ter “estômago para aturar políticos interesseiros”; pediu voto “em quem garante” que poderemos “votar de novo em 2026, em 2030 e assim por diante.” e alertou: “Você pode tirar a milícia de Brasília e impedi-la em São Paulo. Vote 13”.

Leia a íntegra:

Se você votará no 13, nem leia o que segue. Provavelmente achará o texto piegas, desperdício, em vez de tratar da decisão da Libertadores.

Acontece que estou tomado pelo clima criado pelo celerado Aécio Neves desde sua derrota para Dilma Rousseff.

Você há de lembrar, ele disse ser capaz de arruinar o país, mas a impediria de governar.

Daí para o ficha suja Eduardo Cunha foi um pulo.

Vieram as pautas bombas, o impeachment, o traidor Michel Temer e, em seguida, a figura inominável e sua gang — apoiada pela escória dos comunicadores tupiniquins e pelo que há de pior no Poder Judiciário, da República de Curitiba ao TRF-4, ao endossar justiceiros sem se preocupar com provas.

O resultado aí está: o meio ambiente destruído, a cultura arrasada, os preconceitos respaldados e quase 700 mil mortos. Quase 700 mil mortos!

Naturalizou-se tudo. O sociopata ao ridiculizar falta de ar, o passador de boiadas, o grosseiro e incompetente, ministro da Economia, analfabetos, falsários e corruptos no ministério da Educação, a doidivanas da goiabeira, o horror.

O clã presidencial é uma sucessão de rachadores, ao estilo do patriarca, que idolatra torturadores. Aliás, bastava isso para impedir qualquer espaço a ele, além de síndico de condomínio de milicianos.

Complexado, voltou-se contra tudo, todos e todas que o contrariaram.

Mulheres que o traíram justificam a misoginia. Filho fora de seu padrão, a homofobia. Pobres justificam o racismo e a necropolítica, a imunidade de gado.

O Exército, cuja imagem se recuperava com a redemocratização, ele tratou de desmoralizar com os homúnculos ex-fardados reunidos em seu entorno, além de alguns da ativa, até o que desconhecia o SUS e virou ministro da Saúde.

Sobrou também para a Polícia Federal, no recente episódio do ídolo da Jovem Pan, o terrorista granadeiro.

Por tudo isso, e certamente por muitos outros motivos aqui esquecidos, é que peço o seu voto em quem garante que você poderá votar de novo em 2026, em 2030 e assim por diante.

Não permita que o Brasil vire uma Hungria, a Venezuela, ou a Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini ou a União Soviética de Stálin.

Democracia é fundamental, mesmo a ainda mambembe que temos e que precisa ser refundada porque, pelo mundo afora, anda desacreditada, graças ao regime econômico que prevalece sem se preocupar em incluir os excluídos, o capitalismo selvagem.

Não espero ver o Brasil virar uma Dinamarca, porque não tenho mais idade para ser ingênuo.

Mas vi o país prosperar, decolar como escreveu a revista inglesa The Economist, e um presidente que com 87% de aprovação recusou fazer plebiscito pelo terceiro mandato.

Que foi preso sem provas para não voltar em 2018 e está aí, na cabeça de uma frente ampla que nem dói.

Não sou candidato a nada, meu negócio nem é batucada e morrerei jornalista.

Apenas quero ver minhas duas netas sentirem orgulho do país em que vivem, assim como meus quatro filhos, pois ainda poderão.

Sempre estive à esquerda e prefiro dizer que sou um humanista que não se conforma com a fome, com a ignorância e com a mentirada dos canalhas.

Como Dilma Rousseff, não tenho estômago para aturar políticos interesseiros.

Lula tem, conciliador que é. Fernando Haddad também tem.

Você pode tirar a milícia de Brasília e impedi-la em São Paulo.

Ditadura nunca mais!

Vote 13.

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