Endividamento segue alto e afeta saúde mental  

Em novembro, quase 79% das famílias tinham dívidas. Pesquisa aponta que 83% das pessoas nessa situação sofrem de insônia e 74% têm dificuldade de concentração

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Segue alta a taxa de endividamento dos brasileiros, apesar da leve queda registrada entre outubro e novembro. No mês passado, quase 79% das famílias tinham dívidas; no anterior, eram 79,2%. Em 2021, no penúltimo mês do ano, o índice era de 75,6%. 

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada nesta terça-feira (6). 

O percentual de famílias com dívidas em atraso foi de 30% em novembro, mesmo patamar do mês anterior, mas superior aos 26% registrados em novembro de 2021. 

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Houve aumento, ainda, das famílias que não terão condições de pagar suas dívidas. Elas eram pouco mais de 10% em novembro de 2021 e agora são 10,9%, tendo registrado leve queda em outubro, quando eram 10,6%. 

Reflexos psíquicos

Para além dos impactos socioeconômicos que as dificuldades financeiras impõem a grande parte dos brasileiros, o endividamento tem reflexos no campo psicológico e emocional. 

A quinta edição da pesquisa “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro”, encomendada pela Serasa e realizada pelo Instituto Opinion Box com 5.225 pessoas, aponta que 83% das pessoas nessa situação sofrem de insônia e 74% têm dificuldade de concentração. 

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Além disso, o levantamento mostrou que 78% têm surtos de pensamentos negativos; 61% viveram a sensação de estar em crise e com ansiedade e 51% disseram sentir vergonha de si mesmos. Por outro lado, 70% dos endividados acreditam que conseguirão pagar suas dívidas. 

(PL)

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