Lula critica Campos Neto por política monetária abusiva e impeditiva

Na solenidade de recriação do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, o presidente disse que um homem não sabe mais do que milhões

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, pela atual política monetária abusiva e impeditiva que vem sendo obstáculo para o crescimento econômico do país. Nesta quarta-feira (3), a instituição manteve a atual taxa de juros no patamar estratosférico de 13,75%.  

Lula fez a crítica durante solenidade de recriação do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, nesta quinta-feira (4), no Palácio Itamaraty.  

Sob aplausos de uma plateia de mais de 200 pessoas do movimento social, empresarial e agronegócio, o presidente afirmou que a população mais pobre sofre as consequências dos juros.

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“O povo mais pobre sofre as consequências dos juros, mas ele não reclama porque para ele o que interessa é se a prestação do bem que ele vai comprar cabe no bolso dele, porque não adianta comprar uma coisa de juro zero e ele não conseguir pagar a prestação”, afirmou.

“Não estou dizendo isso, Roberto Campos, porque concordo com você, não. Esse conselho pode até discutir taxa de juros. Todo mundo aqui pode falar de tudo. Só não pode falar de juros. […] Ninguém pode falar de juros, como se um homem sozinho soubesse mais que 215 milhões de pessoas”, completou.

Conselhão

O presidente ressaltou que o Conselhão é o espaço onde os diversos segmentos sociais buscarão os entendimentos que o país precisa para vencer “os grandes e urgentes desafios”.

“E, para isso, precisamos do engajamento da sociedade como um todo. Os debates que ocorrerão aqui possibilitarão que identifiquemos pontos em comum entre os mais diferentes olhares e vivências. E, sobretudo, ajudarão a construir acordos e consensos em torno de como enfrentar os principais desafios de nossa geração, e das futuras gerações”, disse ele.

O governo lembrou que o Conselhão foi por lei em 2003 e teve “uma exitosa experiência em seus mais de 15 anos de existência, até ser extinto em 2019”.

Agora, o novo Conselho ganhou em seu nome o termo “Sustentável”, para chamar atenção sobre a potencialidade ambiental do país no atual cenário de mudanças climáticas.

“A reunião de volta do Conselhão ilustra o que há de mais importante, bonito e verdadeiro na política: a força do diálogo franco e construtivo. Nesta mesma sala estão reunidos representantes dos mais diversos setores da sociedade. Juntos, vocês formam o Brasil real”, observou Lula.

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