Juro do cartão de crédito beira 450%, mais alto em 6 anos

Taxas proibitivas jogam ainda mais gente na inadimplência; ministro da Fazenda quer negociar saída com instituições financeiras

Foto: arquivo/Agência Brasil

Subiu para 447,5% a taxa média anual de juros cobrada pelos bancos nas operações de crédito rotativo, segundo dados do Banco Central. Trata-se de mais um duro golpe sobre o bolso do povo brasileiro, que acaba caindo na inadimplência diante da impossibilidade de pagar suas contas frente à exorbitante taxa de juros praticada pelo BC. 

Entre março e abril, a alta do rotativo foi de 14,4 pontos percentuais, de maneira que a taxa média atual é a maior registrada em seis anos. A pior do período foi 490%, em março de 2017. 

O rotativo é a modalidade usada quando não se consegue pagar o valor devido no cartão de crédito na data de seu vencimento, sendo o tipo de crédito mais caro do mercado. No entanto, acaba sendo a alternativa usada por milhares de famílias diante das dificuldades em pagar as contas em dia após anos de crise e desemprego. 

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O juro para o caso de parcelamento no cartão de crédito também teve alta, passando de 193,2% para 200,7% ao ano, o maior desde março de 2011. 

Para enfrentar parte do problema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pretende negociar a redução da taxa de juros do rotativo com as instituições financeiras. 

“O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, disse o ministro. 

Com agências

(PL)

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