Além da expectativa, PIB cresce 1,9% no 1º trimestre de 2023

O Produto Interno Bruto do Brasil registrou crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o último trimestre de 2022, de acordo com informação divulgada, nesta quinta (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é melhor que a melhor previsão estimada pelos economistas. Segundo o Valor Econômico, a taxa veio acima da mediana das estimativas de 72 consultorias e bancos ouvidos pelo jornal, que apontavam para um crescimento de 1,3%.

Se comparados, o resultado do primeiro trimestre de 2023 é 4% maior do que o primeiro semestre de 2022. Já no acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB subiu 3,3% ante os quatro trimestres imediatamente anteriores.

O resultado foi puxado principalmente pelo crescimento da agropecuária, que subiu 21,6% no período – o melhor desempenho em 26 anos, desde o quarto trimestre de 1996. A agricultura sofreu com problemas climáticos, no final do ano passado. Para este ano, é esperado safra recorde de soja, com crescimento de mais de 24% na produção.

Além da agricultura, o setor de serviços também teve alta expressiva de 0,6% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o quarto semestre de 2022. A atividade representa cerca de 70% do PIB nacional.

A indústria, no entanto, obteve resultado insatisfatório. Prejudicada pela alta dos juros no Brasil, patrocinado pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o setor teve queda de -0,1% na comparação com o último trimestre de 2022. Já na comparação com o primeiro trimestre de 2022, a indústria teve resultado um pouco mais satisfatório: crescimento de 1,9%.

Com o resultado, a estimativa para o crescimento da economia em 2023 passou de 1,2% para 1,26%, segundo a última pesquisa Focus do BC. O governo trabalha com uma estimativa de crescimento de 1,9%.

3º maior crescimento do PIB no mundo

Na comparação com os 34 países que já divulgaram dados para o PIB do primeiro trimestre de 2023 o Brasil está entre os três que tiveram o melhor resultado no período, atrás apenas de Polônia e China.

Destas economias, 27 tiveram crescimento, uma se manteve estável (a Alemanha) e cinco com retração, na comparação com o último trimestre de 2022. O crescimento médio dessas economias foi de 0,4% no período, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Na guerra econômica entre as duas maiores potências do mundo, a China saiu na frente dos Estados Unidos. O país asiático, o segundo colocado no levantamento, teve um crescimento de 2,2% na comparação com o segundo trimestre de 2022. Já os EUA tiveram crescimento tímido de 0,3%.