CPMI do Golpe ouvirá Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro
De acordo com a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Torres vai comparecer à comissão na condição de convocado
Publicado 02/08/2023 16:49 | Editado 03/08/2023 10:55
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF), Anderson Torres vai depor na próxima terça-feira (8) na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, a CPMI do Golpe.
De acordo com a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Torres vai comparecer à comissão na condição de convocado.
“Nossa proposta ao presidente é que possamos ouvir o Anderson Torres, porque fecha essa primeira etapa da CPMI que é voltada para os atos de 12 de dezembro e 24 de dezembro”, disse ela ao O Globo.
“Ele é uma figura que faz o elo entre dezembro e janeiro. É fundamental a presença dele aqui na próxima terça-feira. E acredito que essa seja a pauta da semana que vem”, completou.
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O ex-ministro é acusado de omissão e conivência com os atos golpistas que resultaram na invasão e depredação de prédios na Praça dos Três Poderes.
Torres estava à frente da Secretaria de Segurança do DF quando, após mudar o comando da PM, tirou férias e viajou para os Estados Unidos.
Na ocasião, o interventor na segurança do DF, Ricardo Cappelli, que é secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsabilizou-o diretamente pelos atos fascistas. “Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, afirmou.
O ex-ministro ficou preso por quase quatro meses no 4º Batalhão da PM do DF. Após ser solto, passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica e é obrigado a se apresentar à Justiça toda a semana.
Tese fantasiosa
O depoimento dele também servirá para, mais uma vez, trucidar a tese fantasiosa dos bolsonaristas na comissão, segundo a qual o governo eleito agiu para dar um golpe em si mesmo.
“Tem provas e documentos e ofícios aqui do ministro Flávio Dino [Justiça] demandando o governador, a Polícia Militar do DF e a Secretaria de Segurança Pública para agirem, para que não houvesse exatamente o que aconteceu, porque, até chegar ao Palácio do Planalto, quem segura é a Polícia Militar”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) durante sessão da CPMI que ouviu, nesta terça-feira (1º), Saulo Moura, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A deputada disse que a Guarda Presidencial não tinha como segurar quatro mil golpistas. “Não tem como segurar, tem que segurar antes”, observou.
Ibaneis
O deputado Rogério Correia (PT-MG), outro integrante da comissão, diz que vai apresentar um requerimento para convocar para depor o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
“Estou convocando o governador Ibaneis, porque ele tem que vir aqui esclarecer por que ele não quis a Força de Segurança Nacional. E, aliás, por que o secretário de Segurança do Distrito Federal estava nos Estados Unidos, essa, sim, é uma viagem estranha. Assume a Secretaria de Segurança e deixa tudo à deriva”, criticou o deputado.