Lula cita tragédia do Rio Grande do Sul como efeito do aquecimento global

O presidente cobrou ações dos países desenvolvidos para ampliar combate global às mudanças climáticas; lembrou que em 2009, países ricos se comprometeram com fundo de US$ 100 milhões

Abertura da Cúpula G20 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em seu discurso na sessão de abertura da 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G20 em Nova Delhi, na Índia, neste sábado (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou a tragédia do ciclone no Rio Grande do Sul para mostrar como as populações mais vulneráveis estão sujeitas às consequências do aquecimento global.

Sendo assim, ele voltou a cobrar ações mais enfáticas dos países desenvolvidos para ampliar o combate global às mudanças climáticas.

Formado por 19 países e a União Europeia, o G20 reúne as principais economias do mundo, tanto países considerados desenvolvidos como em desenvolvimento, para discutir políticas em comum em um cenário multilateral.

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A sessão inaugural, intitulada “Um Planeta”, tem como tema exatamente a preservação do meio ambiente, desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas e emissões de carbono.

“O descompromisso com o meio ambiente nos leva a uma emergência climática sem precedentes. O aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética. Agora mesmo no Brasil, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais”, destacou.

Para o presidente, é necessário que os países ajam o mais rápido possível, para que as mudanças sejam mitigadas. Do contrário, segundo ele, as parcelas menos favorecidas continuarão sentindo os efeitos devastadores dessa alteração. E, para evitar que novas tragédias ocorram, os países responsáveis pela mudança precisam contribuir.

“Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis. Os efeitos da mudança do clima não são sentidos por todos da mesma forma. São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes, os mais impactados. Quem mais contribuiu historicamente para o aquecimento global deve arcar com os maiores custos de combatê-la. Esta é uma dívida acumulada ao longo de dois séculos”, afirmou.

O presidente voltou a cobrar dos países ricos uma medida acordada ainda em 2009, na COP 15, em Copenhagen, na Dinamarca. Na ocasião, ficou acertado que seria criado um fundo no valor de US$ 100 milhões para financiar ações de combate às mudanças climáticas, algo que nunca saiu do papel.

Com informações do Palácio do Planalto

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