Banco Central eleva mais uma vez a projeção do PIB, que sobe para 2,9%

Inflação para o ano, de acordo com o BC, continua em 5%, valor superior ao teto da meta. Relatório indica que chance de estouro da meta inflacionária subiu a 67%

Foto: José Paulo Lacerda/CNI

O Banco Central (BC) divulgou, nesta quinta-feira (28), o Relatório Trimestral de Inflação e nele a projeção para o fechamento do Produto Interno Bruto desse ano cresceu de 2,0% para 2,9%. A correção positiva acompanha uma onde de outras previsões que melhoram a estimativa sobre produção de riqueza do país ao final do ano.

No documento anterior o BC já havia aumentado a estimativa de 1,2% para 2%.

Segundo o relatório atual, a correção reflete “a surpresa com o crescimento no segundo trimestre”, que ficou em 0,9. Já para o ano de 2024, a projeção de crescimento do PIB é de 1,8%.

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“Surpresa positiva no segundo trimestre e ligeira melhora nos prognósticos para a evolução da indústria, dos serviços e do consumo doméstico. A agropecuária deve contribuir negativamente para as variações trimestrais no restante do ano, em especial no terceiro trimestre, visto que a maior parte da colheita dos produtos com os maiores crescimentos anuais ocorreu no primeiro semestre. Para 2024, projeta-se inicialmente alta de 1,8%, com maior contribuição dos setores mais cíclicos da economia, em ambiente de gradual flexibilização da política monetária”, informa o BC.

Inflação

O Banco Central indica uma projeção de 5,0% da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano, além do crescimento de 3,4% para 3,5% em 2024 e um valor de 3,1% para 2025.

O levantamento acompanha o resultado do trimestre, em que a variação do IPCA acumulada em doze meses aumentou de 3,94% em maio para 4,61% em agosto.

Apesar disso, a projeção de 5% em 2023 é a mesma do relatório anterior. Dessa forma, como já se passou a maior parte do ano, houve um aumento da probabilidade de não cumprimento da meta da inflação, estabelecida entre os limites superior e inferior de 4,75% e 3,25%.

Agora a probabilidade do estouro da meta anual que era de 61% no trimestre anterior fica em 67% nesta nova publicação.

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Caso a projeção se cumpra, mesmo que a meta seja superada em 0,25% a inflação ficará menor que 2022, quando terminou em 5,8%.

Já as projeções para os próximos anos para o IPCA são de 3,5% (2024) e 3,1% (2025 e 2026), com centro da meta de inflação em 3% no período.