Xi Jinping recebe delegação do Congresso dos EUA para reduzir tensões

Diplomacia chinesa acredita numa política externa independente, mas americanos criticaram relação com Ucrânia e Israel

Em uma tentativa de fortalecer as relações entre a China e os Estados Unidos, o presidente chinês, Xi Jinping, se reuniu com uma delegação do Congresso dos EUA conduzida pelo líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, em Pequim, nesta segunda-feira (9). Durante o encontro, Xi expressou seu desejo de promover uma “coexistência pacífica” entre as duas nações e destacou a importância das relações sino-americanas para o futuro global.

“Temos 1.000 razões para fazer a as relações China-EUA funcionarem bem e não há uma única razão para tornar essas relações ruins”, disse Xi durante uma reunião com o senador democrata de Nova York.

O Ministério das Relações Exteriores da China relatou que Xi enfatizou que os laços entre China e EUA são “as relações bilaterais mais importantes do mundo” e que o modo como essas duas nações se relacionam terá um impacto significativo no destino da humanidade. Ele enfatizou que a competição e o confronto não estão alinhados com a tendência atual e que os interesses comuns entre China e EUA superam as diferenças.

A reunião ocorreu em meio aos esforços de Pequim e Washington para organizar uma reunião entre seus respectivos presidentes em novembro. A delegação bipartidária do Senado dos EUA, composta por seis membros, está visitando a China, marcando a primeira visita de legisladores dos EUA ao país asiático em quatro anos.

Durante o encontro, Schumer afirmou que os Estados Unidos não buscam o conflito nem o isolamento da China, mas estão dispostos a fortalecer o diálogo e a comunicação, administrando de forma responsável as relações bilaterais. Ele também mencionou preocupações dos legisladores dos EUA sobre a posição da China em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Schumer alertou que a China não deve se alinhar com a Rússia, referindo-se ao aprofundamento da cooperação entre Pequim e Moscou. A China tem se oposto às sanções impostas à Rússia pelos EUA e outras nações ocidentais. A posição da China no conflito entre Israel e o Hamas também foi discutida, com Schumer pedindo à China que apoie Israel.

Após a reunião com Xi, os legisladores dos EUA também se encontraram com o principal diplomata chinês, Wang Yi, e compartilharam a opinião de que as duas maiores economias do mundo devem evitar conflitos. Wang expressou esperança de que a visita ajude os EUA a entender melhor a China e a trazer as relações bilaterais de volta ao caminho do desenvolvimento sólido.

Ele também pediu que os dois países “respeitem os interesses fundamentais um do outro” – uma referência a questões que incluem Taiwan, uma ilha autogovernada que a China considera como sua – e evitem deixar que suas diferenças causem confronto ou conflito. A visita da congressista Nancy Pelosi a Taiwan em agosto de 2022, gerou enorme reação chinesa, após uma longa tradição de respeito dos EUA pelo não reconhecimento da independência de Taiwan.

A viagem da delegação dos EUA à China faz parte de uma série de comunicações de alto nível entre os dois países, que enfrentam tensões significativas em questões econômicas e diplomáticas. A delegação também planeja visitar a Coreia do Sul e o Japão como parte de sua missão para promover os interesses econômicos e de segurança nacional dos EUA na região.

As relações sino-americanas continuam a ser um foco importante na política internacional, e a possibilidade de uma reunião entre Xi Jinping e o presidente dos EUA, Joe Biden, em novembro, durante a reunião de líderes do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, será acompanhada de perto como um potencial marco nas relações bilaterais.

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