Ato em solidariedade ao povo palestino busca mobilização internacional

Movimentos populares se reuniram nesta quarta (12) em meio ao avanço israelense sobre Gaza. Objetivo é fortalecer a rede de apoio internacional para frear o apartheid israelense

Foto: Reprodução/ MST

Movimentos populares e migrantes árabes e muçulmanos prestaram, nesta quarta (11), solidariedade ao povo palestino da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. O evento ocorreu no Galpão do Armazém do Campo, do MST, região central de São Paulo.

Desde a ofensiva do Hamas, no último sábado (7), o Estado de Israel iniciou um cerco sem precedentes à Faixa de Gaza, com cortes de energia, bloqueio de suprimentos e intensificação dos bombardeios. De acordo com as autoridades israelenses e palestinas, o número de mortes já ultrapassa a 2,2 mil pessoas.

Segundo levantamento realizado pela Folha de S.Paulo, os últimos cinco dias de confronto somaram mais mortos do que a soma de óbitos em conflito dos últimos 20 anos na região da Palestina, Israel e Cisjordânia. Historicamente, os palestinos morrem em escala muito maior.

Os dados são da B’Tselem, organização israelense de direitos humanos que registra mortes civis e militares de confrontos na região, e as informações sobre as mortes recentes são de órgãos oficiais de ambos os lados em conflito.

Os movimentos se mobilizam em manifesto pelo imediato fim dos bombardeios e do bloqueio à Faixa de Gaza, o fim de todos os muros de Apartheid e a libertação de todos os presos políticos palestinos.

O ato contou com a presença do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), além da União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento Sem Terra (MST), Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) e outros partidos políticos, como, PT, PCB, PCB-RR, com seus respectivos agrupamentos de juventude.

Solidariedade internacional para derrotar a ofensiva israelense

O ato foi marcado pela defesa da resistência do povo palestino à ofensiva israelense, pela denuncia do apoio ocidental ao apartheid e pela construção da solidariedade internacional para derrotar os bloqueios.

“São 75 anos de humilhação e desprezo pelos palestinos. A comunidade internacional ligada aos grandes países do ocidente sempre dá apoio a Israel e acobertam seus crimes. Esses países não deixam que a ONU faça justiça ao povo palestino”, afirmou Jamil Murad, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz e militante do PCdoB.

Segundo Murad, Israel promove uma política genocida contra a Palestina. “A proposta de Israel é uma proposta de eliminação do povo palestino para se apoderar das terras da região”, disse.

“O povo palestino tem toda razão em lutar de todas as formas para garantir seus direitos e seu futuro, para garantir um estado palestino independente e soberano”, concluiu Murad.

Para Ubiraci Dantas, o Bira, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, o ato realizado nesta quarta é importante para ajudar a consolidar um movimento de solidariedade internacional para derrotar a ofensiva israelense.

“É necessário organizar a solidariedade internacional para derrotar a política genocida de Israel’, afirmou Bira. “Tal como fizemos com a frente ampla para derrotar o fascismo aqui no Brasil, é necessário que se crie uma ampla mobilização dos povos pelo mundo para que a política de apartheid seja  abolida da região”, concluiu.

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