Lula critica Israel e diz que terrorismo não justifica morte de inocentes
Em resposta ao veto americano no Conselho de Segurança, Lula afirmou que as Nações Unidas deveriam intervir no conflito e diz que fez “tudo aquilo que era possível” para ajudar
Publicado 24/10/2023 14:58 | Editado 25/10/2023 13:22
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (24) que as ações terroristas executadas pelo Hamas no dia 7 de outubro não justifica os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza.
Lula também criticou os assentamentos judaicos no território palestino da Cisjordânia, considerado ilegal pela maioria da comunidade internacional.
“É preciso que a gente consiga que lá no Oriente Médio Israel fique com o território que é seu, que está demarcado pela ONU, e os palestinos tenham o direito de ter a sua terra. É simples assim. E não precisa ninguém ficar invadindo a terra de ninguém”, disse Lula. “Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel que Israel tem que matar milhares de inocentes”.
As declarações foram dadas ao programa Conversa com o Presidente, da EBC, apresentado pelo jornalista Marcos Uchoa.
No dia 7 de outubro, o grupo islâmico Hamas lançou a Operação Dilúvio Al-Aqsa, entrando em comunidades israelenses e assassinando cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis. Desde então, o estado de Israel iniciou uma incursão sem precedentes na Faixa de Gaza e também na Cisjordânia.
Em Gaza, ao menos 5.087 pessoas perderam a vida nos mais de 7 mil bombardeios lançados pelas Forças Armadas de Israel. Destas, 2.055 crianças e 1.119 mulheres. Na Cisjordânia, onde o grupo Hamas não atua, 95 pessoas morreram pelas forças policiais de Israel.
“Se a ONU tivesse força, poderia ter uma interferência maior [no conflito]. Os EUA poderiam ter uma interferência maior. Mas as pessoas não querem, as pessoas querem incentivar o ódio, as pessoas querem estimular o ódio”, disse.
Lula disse espera que “Israel tenha compreensão do que está acontecendo com milhares de crianças da Faixa de Gaza” e que “o Hamas tenha a compreensão do que aconteceu”.
O presidente afirmou ainda que já fez “tudo aquilo que era possível” para ajudar a mediar o conflito, citando conversas com autoridades de Israel, da Autoridade Palestina, do Irã, da Turquia, da União Europeia e do Egito.
“Não é assim que a gente resolve os problemas”, disse Lula, citando os bombardeios. “Numa mesa de negociação não morre ninguém, é mais barato e a gente consegue encontrar a solução.”