Moradias em áreas de risco cresceram quase três vezes no país

Levantamento do MapBiomas ainda indica que aumento foi de 3,4 vezes em favelas, em período de 38 anos. Na média, 3% da área urbana do Brasil está em regiões de risco

Foto: Manu Dias/Gov. Bahia

Levantamento do MapBiomas, divulgado nesta terça-feira (31), mostra que, na média, 3% da área urbana do Brasil está em regiões de risco, sendo que especificamente nas favelas o valor chega a 18%.

Nesse sentido, o estudo que analisa um período entre 1985 e 2022 (38 anos) mostra que a urbanização geral em áreas de risco no Brasil aumentou 2,8 vezes, enquanto que nas favelas o aumento foi de 3,4 vezes.

A urbanização em áreas de risco, segundo a rede colaborativa formada por organizações não governamentais (ONGs), universidades e empresas de tecnologia, compreende 123 mil hectares no país. Estas áreas, de acordo com a definição trabalhada, são suscetíveis a inundações, deslizamentos, secas e estiagens e outros desastres climáticos.

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Para se ter uma ideia da dimensão, a rede de estudo indica que em 1985 as áreas urbanizadas eram 1,2 milhão de hectares. Já em 2022, este número chegou a 3,7 milhões de hectares, o que representa 0,4% do território brasileiro. Ou seja, a área urbanizada triplicou de tamanho.

Crescimento de áreas de favela no Brasil

Nos 38 anos de período estudado em que a urbanização nacional triplicou, o MapBiomas revela que nas favelas o aumento foi de 3,9 vezes.

No total, 5% de toda a expansão urbana no país foi em favelas no período. Os dados indicam que a cada 20 anos, a área ocupada por favelas no Brasil dobra.

Riscos

O mapeamento realizado identificou que 425 mil hectares de áreas urbanas são passíveis de inundações, mas não são reconhecidas como áreas de risco. Estas áreas estão os fundos de vales e 68% dessa ocupação ocorreu após 1985. Esta situação é ainda mais crítica nas favelas, pois a cada 100 hectares de urbanização 17,3 hectares estão em áreas suscetíveis a enchentes.

Outro ponto destacado mostra que desde 2011 houve aumento de 17,7% de ocupação em terrenos acima de 30% de declividade, o que é proibido pela Parcelamento do Solo.

Confira o documento com os dados e que aborda a metodologia utilizada: ÁREAS URBANIZADAS NO BRASIL 1985 – 2022.

Assista como foi o lançamento dos dados sobre infraestrutura urbana no Brasil – Coleção 8 (1985-2022).

*Com informações MapBiomas