Protestos contra Enel interditam vias em São Paulo

Bairros da periferia da capital e da grande São Paulo seguem sem energia. Empresa privatizada descumpre prazo e cerca de 30 mil imóveis seguem desassistidos por mais de 100 horas

Foto: Reprodução/ TV Globo

Moradores de diversas regiões da capital e da região metropolitana de São Paulo protestaram nesta terça (8) contra o apagão gerenciado pela empresa privada Enel. Mais de 100 horas depois do temporal da última sexta (3) cerca de 30,2 mil imóveis continuam sem energia elétrica.

Já é o segundo dia útil da semana às escuras, fato que tem gerado indignação e prejuízos entre as residências e comércios afetados pela falta de serviço da empresa privada.

O apagão chegou a atingir 2,1 milhões de clientes da Enel em 24 cidades. No fim de semana, a empresa alegou que normalizaria o fornecimento de energia “para quase a totalidade dos clientes até esta terça”, o que foi descumprido.

As manifestações provocaram interdições na avenida Giovanni Gronchi, na região do Morumbi e na rodovia Raposo Tavares, em cotia, região metropolitana.

Na avenida Giovanni Gronchi, um grupo de moradores do Jardim Colombo ateou fogo em objetos e interditou a via nos dois sentidos, às 17h30. Um policial militar ficou ferido durante a manifestação na avenida Giovanni Gronchi. O PM foi atingido por um tiro no fim da tarde.

O protesto chegou a ser dispersado, mas voltou a ter o fluxo interditado no cruzamento com a rua Clementine Brenne por volta das 20h20.

Mais cedo, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizaram um protesto na sede da Enel, que também fica no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo.

O MTST reivindica o ressarcimento aos consumidores prejudicados, a retomada imediata do serviço e a elaboração de um plano para a temporada de chuvas. O MTST também criticou o corte de pessoal feito pela companhia italiana desde que assumiu a concessão, passando de 23,8 mil para 15,3 mil funcionários.

Uma série de bairros da zona sul se revoltaram contra a empresa privatizada Enel e foram às ruas.

No Capão Redondo, manifestantes atearam fogo na avenida Agostinho Rubin bloqueando a via nos dois sentidos. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram os bairros do Jardim Irene e Jardim das Rosas, no Capão Redondo, totalmente às escuras na noite desta terça.

No Capão, moradores pintaram o asfalto da Rua Altino Alves de Abreu com a frase “Socorro, 5 dias sem energia, Enel uma vergonha”.

Também teve ato contra o apagão na Avenida Guarapiranga, na zona sul da capital.

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