Redução expressiva: desmatamento cai 66% no Amazonas no ano

Este é o menor patamar desde novembro de 2017. Aumento da fiscalização com o Governo Lula contribui para coibir devastação.

Foto: Ibama

O Amazonas apresentou uma notável redução de 66% no desmatamento entre janeiro e novembro deste ano em comparação com o mesmo período em 2022, revelam dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), sediado em Belém. Enquanto em 2022 o estado desmatou 2.542 km², nos primeiros onze meses deste ano foram registrados apenas 868 km² de desmatamento.

O total de desmatamento acumulado na Amazônia de janeiro a novembro também apresentou uma significativa queda de 62%, passando de 10.286 km² em 2022 para 3.922 km² em 2023. A taxa ainda preocupa, já que representa 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia.

Em junho, o Relatório Anual de Desmatamento (RAD2022), produzido pelo MapBiomas, divulgou que cerca de 6,6 milhões de hectares foram desmatados durante o governo Bolsonaro, uma área maior que o estado da Paraíba (5,6 milhões de hectares). A agropecuária e o garimpo foram os maiores vetores de devastação, durante aquele governo.

Especialistas avaliam que a retomada da fiscalização e controle seja um dos fatores que contribuíram para os índices, após quatro anos de desmonte destes órgãos pelo governo Bolsonaro. Como orgãos como o Ibama ainda não foram totalmente reconstruídos, precisando concluir os concursos e contratações, a tendência é que os índices sejam ainda melhores nos próximos anos.

O desmatamento ilegal, sem autorização, já resultou na aplicação de mais de R$ 2 bilhões em multas só no primeiro semestre de 2023 – uma alta de 179% na comparação com o ano passado. Conforme o Ibama, foram emitidos 7.196 autos de infração. Mais de 2,2 mil fazendas, glebas ou lotes rurais foram embargados.

Zerar o desmatamento

Apesar dos avanços, Pará, Amazonas e Mato Grosso permanecem como os estados que mais contribuíram para o desmatamento na Amazônia entre janeiro e novembro, respondendo por 74% da área devastada nesse período. O Amazonas, mesmo com a redução, contribuiu com 22% do desmatamento registrado em 2023.

Outros estados, como Rondônia, Acre e Maranhão, apresentaram redução na destruição, enquanto Amapá (240%), Tocantins (33%) e Roraima (27%) registraram aumento no desmatamento.

O dano ambiental passou de 9.127 km² em 2022 para 5.042 km² em 2023, uma redução de 45%. “Essa redução foi menor do que a do desmatamento, principalmente por causa das queimadas em estados como Amazonas e Pará, cuja fumaça chegou a afetar cidades como Manaus e Santarém”, avalia Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Apesar desses avanços, o Imazon destaca que é necessário reduzir ainda mais as taxas de desmatamento no próximo ano para alcançar a meta de desmatamento zero até 2030, anunciada pelo governo federal.

A luta pela preservação da maior floresta tropical do mundo continua, e as autoridades e organizações ambientais permanecem alertas para a necessidade de medidas efetivas que garantam a sustentabilidade e a preservação da Amazônia.

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