Brasil enfrenta desafio com 1,6 milhão de casos de dengue só em 2023

Com um aumento de 15,8%, governo adota medidas preventivas e ações prioritárias entram em foco para conter a proliferação da doença em 2024

Imagem: arquivo/Agência Brasil

O aumento de 16,8% nos casos prováveis de dengue em 2023 no Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde, alerta para a urgência de ações preventivas. Com mais de 1,6 milhão de notificações, a proliferação do mosquito Aedes aegypti durante o verão se torna um desafio significativo.

À CNN, o pesquisador Jeferson de Andrade, da BASF, destaca a importância da colaboração da sociedade no combate ao mosquito, ressaltando medidas simples “como o uso de telas em portas e janelas, areia nos vasos de plantas e a manutenção de ambientes livres de entulhos, são cruciais”.

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Andrade explica que o mosquito “pode depositar seus ovos em qualquer tipo de recipiente, embalagens e até no lixo descartado incorretamente. Por isso, é importante eliminar objetos com água parada independentemente da exposição ao sol. As piscinas podem se tornar criadouros potenciais, por isso é altamente recomendado que elas sejam esvaziadas quando não estiverem em uso, ou tratadas de forma adequada após as chuvas”.

O controle do inseto é destacado como essencial mesmo durante o inverno, já que seus ovos podem sobreviver e retomar o desenvolvimento na primavera. “Eles possuem a capacidade de permanecerem ativos por até um ano, mesmo em água suja ou em ambientes secos”, conclui.

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Medidas de prevenção em casa

A prevenção contra o mosquito Aedes aegypti envolve uma combinação de medidas, entre elas estão:

  • Eliminar criadouros de água: O Aedes aegypti se reproduz em água parada. Elimine todos os recipientes que possam acumular água, como pneus velhos, garrafas vazias, vasos de plantas, calhas entupidas, entre outros.
  • Manter caixas d’água fechadas: Mantenha as caixas d’água sempre limpas e devidamente fechadas para evitar a proliferação do mosquito.
  • Uso de telas em janelas e portas: Instale telas em janelas e portas para impedir a entrada do mosquito em ambientes internos.
  • Utilizar inseticidas: em spray ou difusores elétricos em áreas específicas da casa para controlar a presença de mosquitos.
  • Limpar regularmente a piscina: e utilizar produtos apropriados para controlar larvas de mosquitos.
  • Descartar corretamente o lixo: manter lixeiras tampadas e evite o acúmulo de água em recipientes descartados inadequadamente.

Medidas de proteção individuais

Além disso, o Ministério da Saúde Medidas enfatiza que a proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia. A pasta recomenda como medidas de proteção individual, o seguinte:

  • Quando possível, use roupas de manga longa e calças compridas para reduzir a exposição à picada do mosquito.
  • Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo. Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. Repelentes de insetos contendo DEET, IR3535 ou Icaridina são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia;

Ações governamentais

Além dos esforços individuais, o Ministério está intensificando as ações para controlar a dengue em 2024. Um investimento de R$ 256 milhões foi repassado para estados e municípios, visando fortalecer o enfrentamento da doença. A criação da Sala Nacional de Arboviroses permitirá o monitoramento em tempo real das áreas com maior incidência, direcionando melhor as ações de vigilância.

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Como estratégia adicional, o método Wolbachia está sendo expandido para diversos municípios, visando controlar o inseto Essa abordagem consiste na liberação de mosquitos infectados por uma bactéria “intracelular do gênero Wolbachia, que apenas infecta insetos, e atua bloqueando a capacidade de transmissão dos vírus da dengue, Zika e chikungunya pelo mosquito.”

Vacinação

Em uma medida estratégica para combater a crescente incidência de casos de dengue, a Saúde anunciou nesta segunda-feira (15) que irá priorizar a imunização de crianças e adolescentes com idades entre 6 e 16 anos, com início previsto para fevereiro. A decisão segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, composta por especialistas na área.

A Qdenga, vacina contra a dengue incorporada à rede pública, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, é aplicada em duas doses, a cada três meses, e apresenta uma eficácia geral de 80,2%, segundo avaliação clínica. O país prevê a aquisição de 5,2 milhões de doses da Qdenga e outras 1,2 milhão de doses adicionais devem ser doadas. A expectativa é que cerca de 3,2 milhões de pessoas sejam vacinadas.

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com informações de agências

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