Ronnie Lessa fecha acordo de delação com PF sobre o caso Marielle

O primeiro acordo foi com Élcio Queiroz, motorista do carro utilizado para perseguir e executar a vereadora. Lessa já estaria colaborando com a PF.

Foto: Reprodução

O policial reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o executor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), de acordo o jornal O Globo.

A delação, se homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deve trazer novos detalhes sobre os assassinatos que ocorreram em 2018. Esse será o segundo acordo realizado pela PF na tentativa de solucionar o caso.

O primeiro acordo foi firmado com Élcio Queiroz, motorista do carro utilizado para perseguir e executar a vereadora.

Segundo fontes ouvidas pelo jornalista d’O Globo, Lauro Jardim, o ex-policial militar já estaria revelando detalhes do crime à PF. A delação de Lessa era a peça que faltava para fechar o quebra-cabeça do caso.

Autoridades afirmam que a investigação estaria em sua fase final. Recentemente, o chefe da PF, Andrei Rodrigues, deu o prazo de março para a solução do crime. Em julho de 2023, o ministro da Justiça Flavio Dino havia antecipado que a investigação sobre o caso havia “mudado de patamar”.

Na época, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa havia sido preso em uma operação fruto de informações obtidas por meio da delação premiada de Queiroz. Nela, Queiroz assumiu a própria participação no crime e de Ronie Lessa, e também informou o nome de Maxwell, que chegou a vigiar a então vereadora.

“Não há, de forma alguma, a afirmação de que a investigação se acha concluída. Pelo contrário. O que acontece é que há um avanço, uma espécie de mudança de patamar da investigação, que agora se conclui em relação ao patamar da execução. Há elementos para um novo patamar, qual seja, a identificação dos mandantes do crime”, disse o ministro.

Em março, o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes completam seis anos.

Lessa e Élcio Queiroz estão presos desde 12 de março de 2019. Os dois respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra uma assessora de Marielle, que sobreviveu.

Segundo Élcio afirmou à PF, Lessa teria dito que a motivação do crime era pessoal. “Mas aí eu falei o que é a situação? Ele falou que era pessoal; mas tem dinheiro nisso aí, o que é? Aí ele falou não, é pessoal. Aí fomos seguindo, ele foi me orientando”, relatou Queiroz.

Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros pelo crime organizado em 14 de março de 2018, vítimas de uma emboscada. O caso foi federalizado em fevereiro de 2023. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, já declarou que a investigação será encerrada até março deste ano.

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