Desmatamento na Amazônia cai 60% em janeiro deste ano, aponta Imazon

De acordo com os dados obtidos por imagens de satélite do Imazon, Roraima foi o estado com maior devastação, representando 40% da área derrubada em toda Amazônia Legal

Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

A Amazônia registrou queda na taxa de desmatamento de 60% em janeiro deste ano comparado ao mesmo mês do ano passado. A redução, a décima consecutiva, passou de 198 km² para 79 km².

De acordo com os dados obtidos por imagens de satélite do Imazon, Roraima foi o estado com maior devastação, representando 40% da área derrubada em toda Amazônia Legal. Mato Grosso (24%) e Pará (18%) ficaram em segundo e em terceiro lugar, respectivamente.

Apesar do resultado, o Imazon alerta que foram derrubados 250 campos de futebol por dia de floresta e foi maior do que as registradas no mesmo mês de anos como 2016, 2017 e 2018.

“Para reduzir ainda mais a derrubada e chegarmos à meta de desmatamento zero em 2030, que é prioritária para o Brasil reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, é essencial continuar investindo em fiscalização e fortalecimento dos órgãos ambientais”, afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.

Para ela, é necessário fazer ainda destinação de florestas públicas para criação de novas áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação.

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A pesquisadora explica ainda que a liderança de Roraima no ranking de janeiro provavelmente ocorreu pelo fato do regime de chuvas no estado funcionar de forma “inversa” aos outros oito que compõem a região.

“Enquanto os outros passam por um período de chuvas, Roraima está com o clima mais seco, o que facilita a prática do desmatamento, assim como a detecção da destruição pelos satélites”, explica.

O Imazon diz que das dez terras indígenas mais desmatadas na Amazônia em janeiro, seis ficam em Roraima, sendo cinco com territórios exclusivamente no estado e uma com parte da área no Amazonas.

“É preciso aumentar urgentemente as garantias de proteção desses territórios, principalmente os que já vêm recorrentemente aparecendo nos nossos alertas de desmatamento. Esse é o caso da terra Yanomami, que apareceu entre os dez territórios indígenas mais desmatados em 2023 e, em janeiro deste ano, ficou em segundo lugar”, alerta Larissa.

Outro problema é quanto as unidades de conservação, Pará e Amazonas são os estados que concentram o maior número de territórios entre os dez mais desmatados no mês. São três UCs no Pará, incluindo a líder do ranking APA Triunfo do Xingu, e três no Amazonas.

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