Governos cobram Israel por ataque que matou funcionários de ONG humanitária

A World Central Kitchen estava envolvida no envio de ajuda a Gaza através de um corredor humanitário a partir do Chipre. Sete trabalhadores morreram

Foto: Reprodução

O governo de extrema-direita de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, admitiu nesta terça (2) que a morte de sete funcionários da ONG World Central Kitchen ocorreu durante um bombardeio executado pelos militares do país.

Os trabalhadores faziam a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza quando foram atingidos. Além do motorista e tradutor palestino, as vítimas “têm nacionalidade britânica, australiana e polaca, e a quarta nacionalidade é desconhecida”, afirmou o ministério da Saúde de Gaza.

“Infelizmente ontem (segunda-feira) aconteceu um incidente trágico, as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza. Isto acontece numa guerra (…), estamos em contato com os governos e faremos todo o possível para que isso não aconteça novamente”, declarou Netanyahu.

A ONG fica sediada nos Estados Unidos e pertence ao chef espanhol José Andrés, conhecido em seu país por apresentar o famoso programa de televisão.

O grupo “perdeu vários de nossos irmãos e irmãs em um ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel, em Gaza. Estou com o coração partido e de luto pelas famílias e amigos e por toda a família WCK”, escreveu Andrés no X. Por conta do ataque, a ONG tomou a decisão de suspender os trabalhos na região.

A WCK estava envolvida no envio de ajuda a Gaza através de um corredor humanitário a partir do Chipre e na construção de um cais temporário nesse território palestino.

Um primeiro navio descarregou 200 toneladas de suprimentos em meados de março, sob a supervisão do exército israelense. Um segundo carregamento está a caminho da Faixa de Gaza.

A Casa Branca disse estar “de coração partido” com os assassinatos. “Estamos com o coração partido e profundamente preocupados com o ataque”, escreveu a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, no X.

“Os trabalhadores humanitários devem ser protegidos quando entregam a ajuda desesperadamente necessária, e instamos Israel a investigar rapidamente o que aconteceu”, acrescentou.

Líderes europeus também foram a público para responsabilizar o Estado Judeu. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, exigiu uma investigação sobre o ataque ao comboio humanitário e reforçou o pedido de respeito ao direito internacional dentro do conflito no enclave palestino.

“Eu presto homenagem aos funcionários do World Central Kitchen mortos em um ataque aéreo israelense em Gaza. Condeno o ataque e peço uma investigação. Apesar de todas as exigências para proteger os civis e os trabalhadores humanitários, assistimos a novas vítimas inocentes. Isto mostra que a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pede um cessar-fogo imediato, um acesso humanitário total e uma proteção reforçada dos civis deve ser imediatamente implementada”, escreveu Borrell, em uma publicação no X.

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