Ao lado de Lula, comandante do Exército ressalta ideais democráticos

Cerimônia do Dia do Exército, que completa 376 anos, teve a presença do presidente Lula e discurso de Tomás Paiva, que defende ideais democráticos e cobra mais recursos

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula esteve nesta sexta-feira, 19 de abril, nas comemorações do Dia do Exército, em Brasília, no Quartel-General do Setor Militar Urbano. O Exército brasileiro completou 376 anos e conta com um efetivo de 200 mil pessoas.

Junto ao ministro da Defesa, José Múcio, do comandante do Exército, general Tomás Paiva, e demais representantes das Forças Armadas, foram condecoradas, na ocasião, autoridades civis e militares com a “Ordem do Mérito Militar” e a “Medalha Exército Brasileiro”.

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Em seu discurso, o chefe do Exército falou em defesa de “caros ideais democráticos”.

“No dia de hoje, ao completar 376 anos de glórias, a Força Terrestre reafirma o eterno compromisso com a Nação brasileira em defesa da Pátria e dos mais caros ideais democráticos, mesmo com o sacrifício da própria vida”, disse Paiva.

Ainda em sua fala, exaltou o papel da instituição pela paz e em defesa das fronteiras e dos recursos naturais: “Integramos uma Instituição de Estado, alicerçada na hierarquia e na disciplina, que se mantém coesa pelo culto a valores consagrados desde Guararapes. Estamos sempre prontos para garantir a soberania do país, protegendo nossas fronteiras e guardando nossas riquezas, bem como conduzindo ações subsidiárias que contribuem para o desenvolvimento nacional, que ajudam na preservação ambiental e que aliviam o sofrimento da população em meio a desastres naturais”, completou o general.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e general Tomás Paiva, durante a cerimônia do Dia do Exército, no Quartel-General do Exército. Brasília – DF. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Mais recursos

Paiva nutre um tom sereno em comparação aos comandantes da época de Bolsonaro. Até o momento tem atuado como fiador do respeito às urnas e já defendeu a saída de militares que querem ser políticos das Forças Armadas. Esta é uma clara contraposição ao que ocorreu no governo anterior, em que os militares se entranharam no Executivo e se lançaram para cargos do legislativo.

No discurso dessa sexta, o general ainda defendeu “previsibilidade orçamentária” para o fortalecimento da defesa do país em vista dos conflitos que rondam o mundo atual. Paiva e Múcio tem insistido nesta posição, defendida junto aos outros comandantes das Forças Armadas.

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Na última quinta (18), participaram da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa, no Congresso Nacional, onde apontaram uma queda de 47% nos recursos (gastos discricionários, que excluem salários) nos últimos 10 anos. Com isso, defendem a PEC (Projeto de Emenda à Constituição) “das Forças Armadas” que aumenta os recursos da Defesa com vínculo ao PIB (Produto Interno Bruto) que pode chegar até 2%.

Foto: Ricardo Stuckert / PR