Em greve, professores da rede estadual de SC fazem ato com 11 mil pessoas

Mais de 40% da categoria está em greve. Mesmo com ameaças de demissão e desconto no pagamento dos dias em greve, professores não se intimidam, fazem ato e mantém greve

Ato de professores em Santa Catarina. Foto: Fran santos

Uma mobilização como há tempos não se via ocorreu na terça, 30, na cidade de Florianópolis. Cerca de 11 mil professores vindos em mais de uma centena de ônibus de várias regionais do Estado se concentraram na capital catarinense depois de uma semana em greve e de o governador Jorginho Melo (PL) se negar a atender as reivindicações da categoria.

Entre os pontos reivindicados pela categoria estão a valorização da carreira, com a aplicação do reajuste do piso salarial em todos os níveis e a descompactação da tabela salarial; a revogação integral do confisco de 14% das aposentadorias; e a garantia de hora atividade para todos os professores dos anos iniciais e segundos professores, com a luta pela sua extensão a todos os profissionais da educação.

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No domingo (28), o governador usou as redes sociais para se posicionar contra as mobilizações, negando a possibilidade de descompactação da tabela salarial (principal reivindicação da categoria) e anunciando desconto para quem faltar no trabalho. Em resposta, o sindicato da categoria denunciou os “tons de ameaça” e “desinformação” e ampliou a mobilização. A avaliação do Sinte/SC, sindicato que representa a categoria, é de que a greve atinge 44% dos trabalhadores.

A mobilização dos professores ganha ainda mais importância pela dificuldade imposta à luta dos trabalhadores no Estado, muitas vezes por pressão de setores que comandam a sociedade sulista, A última grande greve realizada no Estado foi em 2015 com 88 dias de duração

Durante o ato do dia 30, uma comissão da greve foi recebida por secretários do Estado, mas as conversas não evoluíram e a greve foi mantida. O governo se nega a atender a principal reivindicação, a descompactação da tabela, sob justificativa de manter a lei de responsabilidade fiscal.

O economista do Sinte/SC, Maurício Mulinari, diz que o argumento não procede. O governo afirma que o valor estimado para atender o pleito dos professores seria de R$ 4,6 bilhões. Maurício diz que o valor é superestimado, pois já há um total de R$ 3,5 bilhões que devem ser investidos no serviço público catarinense.

O sindicato da categoria chamou um novo ato em Florianópolis para 8 de maio.

Colaborou Fran Santos, de Santa Catarina

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