Rio Grande do Sul tem 70% do território afetado e calamidade pública em 336 municípios

Defesa Civil atualiza números para 83 mortes, com 111 desaparecidos, 276 feridos e um total de 850.422 afetados. Porto Alegre passa por racionamento de água

Foto: Governo RS

As enchentes no Rio Grandes do Sul causaram estragos sem precedentes, com destruição de infraestrutura e vítimas. De acordo com a Defesa Civil do Estado, até a manhã dessa segunda-feira (6), 83 mortes foram confirmadas, mas o número deve aumentar com as buscas e confirmações de óbitos relacionados ao desastre.

Ao balanço se somam 111 desaparecidos e 276 feridos. O número de desabrigados (perderam a moradia) que estão em abrigos públicos é próximo a 20 mil pessoas. Já os desalojados (saíram de casa, sem necessariamente perdê-la) que não estão em abrigos públicos são 121.957.

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No total, a situação das chuvas afetou diretamente 850.422, conforme balanço do governo do estado.

As equipes de salvamento tem atuado para resgatar pessoas que estão ilhadas em seus imóveis, assim como, onde é possível, são realizadas operações de busca e salvamento.

Infraestrutura

Os danos à infraestrutura também foram graves com os temporais afetando 70% do território. Em 336 cidades, dos 497 municípios, foi reconhecido o estado de calamidade pública pelo governo federal como forma de acelerar e facilitar o envio de recursos para atender à população.

É estimado que 443 mil pessoas estejam sem energia elétrica. Além disso, há 163 bloqueios em estradas, sendo 61 em rodovias federais e 102 em estaduais.  

A dificuldade de mobilidade tem afetado os gaúchos, pois há desabastecimentos de produtos básicos e alimentos. Em especial a falta de água potável tem sido de extrema preocupação. Parte dos esforços tem se concentrado em levar água mineral para as pessoas.

Porto Alegre

O nível do rio Guaíba atingiu 5,3 metros, o maior da história. Com isso, parte da cidade de Porto Alegre está inundada, inclusive o centro histórico. As comportas que servem para a contenção do volume do rio não conseguiram conter o avanço das águas em diversos pontos.

O aeroporto e a rodoviária estão fechados. O governo federal trabalha para que os voos sejam retomados até sexta-feira (10), quando se espera que o volume de água tenha baixado.

A situação do aeroporto potencializa a tragédia, pois dificulta a chegada de ajuda. Apesar disso, a rede de solidariedade tem funcionado com doações enviadas de todo o Brasil para atender às vítimas. A contribuição se concentra em alimentos não perecíveis, água mineral, itens de higiene e limpeza, roupas e cobertores. 

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Os Correios atuam para coletar e transportar gratuitamente os donativos, sem custo aos doadores. Saiba como ajudar o Rio Grande do Sul neste momento.

Nesta segunda a prefeitura da capital decretou racionamento de água, conforme divulgado pela deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS) em suas redes. Mais de 60 bairros estão sem abastecimento.

*Com informações de agências