Justiça condena mais um bolsonarista por violência política de gênero

Vereador Marquinhos da Silva (PSC) abraçou e beijou à força a vereadora Carla Ayres (PT), na Câmara de Florianópolis. Para o juiz, o ato foi “violento e desrespeitoso”

Câmeras mostraram momento da violência. Foto: reprodução

Mais um parlamentar “cidadão de bem”, cristão e bolsonarista, foi condenado pela Justiça por desrespeitar uma mulher em pleno Legislativo. Desta vez, foi o vereador Marquinhos da Silva (PSC), que abraçou e beijou à força a vereadora Carla Ayres (PT), em 2022. A cena foi filmada pelas circuito interno da Câmara Municipal de Florianópolis.

O 1º Juizado Especial Cível da capital catarinense determinou o pagamento de indenização de R$ 15 mil. “Ainda que o requerido sustente que o seu ato foi apenas uma tentativa de apaziguar os ânimos após fala inflamada da requerente contra ele na tribuna, existe uma grande diferença entre conversar com uma adversária política para chegar a um consenso (ou lhe pedir desculpas por algo) e agarrar, por trás e à força, uma colega de trabalho e tentar beijá-la”, destacou, na decisão o juiz Luiz Claudio Broering. 

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Ainda segundo o magistrado, “apesar de ter sido afastada, na Comissão Processante da Câmara de Vereadores de Florianópolis, a acusação contra o réu de prática de assédio sexual e de violência política de gênero, o ato por ele praticado contra a autora foi, sim, violento e desrespeitoso, expondo-a a situação desconfortável e vexatória, o que vai muito além de um mero inconveniente”.

Pelas redes sociais, Carla declarou: “Em uma semana com vários casos de violência política de gênero, a sentença chega como um alívio e esperança de que vale a pena continuar lutando pelo nosso direito de estar na política, sem sermos violentadas nestes espaços”. 

Casos em série

Outra decisão recente condenou o ex-deputado estadual de São Paulo, bolsonarista e pastor Wellington Moura (Republicanos) a pagar indenização de R$ 44 mil à deputada estadual Mônica Seixas (PSol-SP) devido ao crime de violência política de gênero que ele cometeu contra a parlamentar também em 2022. 

No começo de maio, o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil-RJ), pré-candidato à prefeitura do Rio e igualmente bolsonarista, foi condenado por violência política de gênero contra a vereadora Benny Briolly (PSol-RJ). Entre outros absurdos, ele disse que ela era uma “aberração da natureza” pelo fato de a parlamentar ser trans. 

A pena estabelecida foi de um ano e quatro meses de serviços comunitários prestados à população em situação de rua e o pagamento de 70 salários mínimos. Esta foi a primeira condenação por violência política de gênero no âmbito da Justiça Eleitoral. 

Outro caso recente foi a condenação do vereador Wellington Felipe (Cidadania), que apertou o rosto da também vereadora Dandara Pereira (PSD), na Câmara Municipal de Caçapava (SP), também em 2022. 

Com agências