Diretor do Fórum Econômico Mundial elogia liderança do Brasil na transição energética

Espen Mehlum diz que país pode ajudar a “direcionar o mundo para um futuro energético mais sustentável, igual e seguro”. Brasil está na 14ª posição entre os mais avançados na área

Foto: reprodução/Canva

A liderança do Brasil na área da transição energética foi reafirmada por Espen Mehlum, do Fórum Econômico Mundial. “No centro desse movimento há a necessidade de entregar, ao mesmo tempo, sustentabilidade, equidade e segurança para o sistema de energia. E o Brasil tem sido um líder tanto na América Latina quanto globalmente”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo

Diretor de inteligência de transição energética e aceleração regional do Fórum, Mehlum destacou três diferenciais do país: a matriz energética com 93% de participação de fontes renováveis; o investimento de décadas em biocombustíveis; a força das instituições e a maneira como elas trabalham de forma conjunta. 

Ele também salientou que o Brasil “mostrou o caminho de que grandes programas como o Luz Para Todos podem fazer a diferença, além de estar desempenhando um papel muito importante internacionalmente neste ano e no próximo. Está sediando a reunião do G20, a reunião Ministerial de Energia Limpa, e a reunião da COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas] no próximo ano [em Belém (PA)]”. 

Para ele, esses eventos “são uma oportunidade de o Brasil mostrar sua experiência e ajudar a direcionar o mundo para um futuro energético mais sustentável, igual e seguro”. 

Estudo de 2023 do Fórum Econômico Mundial colocou o Brasil na 14ª posição entre 120 nações, figurando entre um dos mais avançados na transição energética. Ainda de acordo com o levantamento, o país é o mais bem colocado na América Latina e entre as economias emergentes. Neste ano, segundo o diretor, a colocação será ainda melhor.

O tema tem sido recorrente em pronunciamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ações do governo. Nesta quinta-feira (13), na sessão de encerramento do fórum inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social no âmbito da 112ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça, Lula voltou a tratar da transição energética. 

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Para o presidente, o enfrentamento das mudanças climáticas deve ter o foco na transição energética e na promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental.

“As florestas tropicais não são santuários para o deleite da elite global, tampouco podem ser tratadas como depósitos de riquezas a serem exportadas. Debaixo de cada árvore vivem trabalhadoras e trabalhadores que precisam de emprego e renda. A sociobioeconomia, a industrialização verde e as energias renováveis são grandes oportunidades para ampliar o bem-estar coletivo e efetivar a transição justa que defendemos”, disse Lula, destacando ainda que a transição ecológica deve ser pensada junto com a transição digital.

Recentemente, o governo anunciou que a projeção de investimentos no setor de energias renováveis é de R$ 200 bilhões até 2028. Segundo o Ministério de Minas e Energia, em 2023 o país investiu US$ 34,8 bilhões em transição energética, o que abrange iniciativas em energia renovável, captura de carbono, hidrogênio verde e veículos elétricos.

Com agências

(PL)

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