Direção da Ceagesp acusa vice de Nunes de prejuízo de R$ 17 milhões

Administração da Ceagesp indica que gestão do coronel Mello Araújo, vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes, inflou dados contábeis que causaram prejuízo durante sua gestão na empresa

Coronel Ricardo Mello Araújo. Foto: Ceagesp

Os resultados da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) foram inflados pelo candidato a vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Mello Araújo (PL), enquanto esteve como presidente da empresa pública federal durante a gestão de Jair Bolsonaro, acusa a atual administração da Companhia quanto aos resultados de 2022. O militar, que compõe a chapa do candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), ficou no cargo entre 2020 e 2022.

A gestão do coronel sempre foi exaltada pelo bolsonarismo por entregar lucro. No entanto, esta informação agora está sendo contestada.

Conforme aponta a administração que assumiu em 2023 com base em uma auditoria realizada, na gestão Mello Araújo foi registrado como receita contábil os valores advindos de imunidade tributária de IPTU concedido pela Prefeitura de São Paulo. Com isso, a Ceagesp ficou com o direito de reaver valores pagos de 5 anos passados e teve seus débitos cancelados.

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A partir daí estes valores, em parte devolvidos, deveriam ser repassados de volta aos permissionários do entreposto que pagaram o IPTU, com os valores corrigidos pelo IPCA. O que não ocorreu.

De acordo com o documento de auditoria elaborado, a gestão bolsonarista registrou os valores que são por direito dos permissionários como receita contábil, o que inflou o lucro líquido do entreposto, em 2022, em cerca de R$19 milhões (era pra ser R$ 14,9 milhões, mas foi registrado R$ 33,9 milhões).

A situação ocasionou um problema contábil e financeiro. Como a base de cálculo foi inflada, os impostos, os dividendos pagos e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foram maiores, o que gerou um prejuízo de R$ 17,6 milhões. Neste ponto ainda se destaca o PLR pago para a diretoria da Ceagesp, o que indica que se as ações foram deliberadas, os envolvidos por inflar os resultados agiram também visando benefícios pessoais.

Em nota para a imprensa, Mello Araújo indicou que a atual gestão que o acusa aprovou o balanço de 2022 e que possível contestação deveria ter acontecido à época, sob o risco de prevaricação posterior.

A atual administração irá devolver os recursos aos permissionários e indica que a aprovação do balanço foi ato formal, uma vez que ocorreu três dias após assumirem e deliberada para que as analises posteriores ocorressem antes da assembleia de acionistas. O que ocorreu na sequência foi que o balanço foi reaberto e as inconsistências foram constatadas.

*Com informações de agências