PF conclui inquérito e indicia “Colômbia” por assassinato de Bruno e Dom

Investigação realizada pela PF confirmou que os dois foram mortos devido a atividades fiscalizatórias. Documento foi concluído na última sexta (1) e encaminhado ao MPF

O indigenista Bruno Ferreira e o jornalista inglês Dom Phillips (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito referente aos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em 5 de junho de 2022, nas proximidades do Vale do Javari, região de Atalaia do Norte, Amazonas. A investigação aponta que os dois foram mortos a mando de Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como represália a “atividades fiscalizatórias” na região.

Colômbia está preso desde dezembro daquele ano, seis meses após o início das investigações, e também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas. O documento da PF foi encaminhado na última sexta (1º) à Justiça. 

Ao todo, são nove indiciados, mas apenas Rubén aparece como mandante, conforme a PF. Os outros indiciados foram acusados de desempenhar papéis na execução dos homicídios e na ocultação dos cadáveres das vítimas.

“A Polícia Federal, ao longo de dois anos de investigação, promoveu o indiciamento de nove investigados, tendo sido devidamente identificado no relatório final o mandante do duplo-homicídio, o qual forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interviu para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas. Os demais indiciados tiveram papéis na execução dos homicídios e na ocultação dos cadáveres das vítimas”, informou a corporação.

Além disso, o inquérito apontou a atuação do crime organizado na região de Atalaia do Norte (AM), ligada à pesca e caça predatórias.

“A ação do grupo criminoso gerou impactos socioambientais, causou ameaças aos servidores de proteção ambiental e as populações indígenas. O coordenador do grupo criminoso foi identificado no relatório final da Polícia Federal e se encontra preso. O relatório final da Autoridade Policial foi remetido ao Ministério Público Federal para apreciação”, disse a PF.

O inquérito ainda revela que a ação dos criminosos gerou temor nos servidores de proteção ambiental que atuam na região e nas populações indígenas, causando impactos socioambientais em Atalaia do Norte.

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